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A necessidade de promover o reúso e a melhoria da governança para enfrentar a crise hídrica

O Fórum de Economia da Água publicou o relatório de seu XIV Fórum, no qual especialistas em água de ambos os lados do Atlântico pedem a promoção do reúso e a melhoria da governança para enfrentar a crise hídrica.

A crise hídrica gerada pelas mudanças climáticas exige o comprometimento de todos os atores envolvidos na gestão da água, a promoção do reuso do recurso e melhorias na governança

Imagem ilustrativa

Garantir o abastecimento de água presente e futuro é uma tarefa que transcende a ação governamental e envolve necessariamente organizações internacionais, sociedade civil e setor privado.

É o que afirma o Relatório do XIV Fórum sobre Economia da Água e que contém as principais conclusões do evento, realizado no Chile em Dezembro de 2021, que reuniu especialistas de alto nível nas áreas política, institucional e acadêmicos de ambos os lados do Atlântico e cujo objetivo era analisar e buscar soluções para a crise hídrica e transformá-la em oportunidade para o recurso e o planeta.

O relatório qualifica-se como “essencial” para colocar a água no centro das agendas políticas e sociais dos países , bem como o trabalho conjunto de todos os atores envolvidos para garantir o equilíbrio hídrico a partir de diferentes enfoques: administrativo, regulatório, educacional, empresarial e tecnológico.

O desafio da governança

A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) alertou que a crise global da água deve ser vista especialmente como uma crise de governança e não de disponibilidade.

Luis Felipe López Calva , subsecretário-geral da ONU e diretor regional para América Latina e Caribe do PNUD, destaca que a articulação da governança “é responsabilidade dos Estados, e a participação dos organismos internacionais se faz por meio da informação, conhecimento e a contribuição de alguns recursos”. “São os países que decidem as políticas e regras e, nesta definição, os sindicatos, o setor privado e os cidadãos têm muito a contribuir”, acrescenta.

Melhorar a governança da água é um desafio particularmente importante no Chile , que há anos enfrenta uma profunda e estrutural crise hídrica, que envolve diferentes setores e é agravada pela seca.


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O relatório aponta que, no momento atual, a água está tendo uma relevância particular no processo constituinte e aponta que a nova Constituição deve levar em conta o estresse hídrico e incluir o direito humano à água a partir do consenso.

Diretor do Fórum de Economia da Água, destaca que a Constituição “não pode resolver as deficiências da governança da água, mas é o desenvolvimento regulatório que deve resolver os problemas de gestão”.

Economia circular

O relatório destaca a importância de aplicar o conceito de economia circular para amenizar a escassez de água , reaproveitando a água para que ela deixe de ser resíduo após seu primeiro uso e volte a ser um recurso.

O texto aponta que, com o devido tratamento, a água pode ser reutilizada para usos fundamentais na agricultura e na indústria, da mesma forma que o lodo, até pouco tempo considerado simples resíduo, torna-se fonte de novos insumos.

Neste trabalho, a tecnologia é essencial, assim como a colaboração público-privada, porque, como assinala Joaquín Melgarejo , diretor do Instituto de Águas e Ciências Ambientais de Alicante/Espanha:

“O objetivo é de tal magnitude que as administrações públicas , e mesmo organizações internacionais, às vezes não têm capacidade suficiente para realizá-lo”.

 

CLIQUE AQUI para ler o Relatório do XIV Fórum sobre Economia da Água

 

Fonte: RETEMA – Revista Técnica de Medio Ambiente
Adaptado para Portal Tratamento de Água
Traduzido por Jaqueline Morinelli


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