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Isolante térmico a partir de lodo de estação de tratamento de esgotos

Resumo

O Lodo de Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) após a queima apresenta uma composição química e mineralógica típica aos materiais cerâmicos e encontrar aplicações para sua destinação, ao contrário do envio para aterros, é condizente com as práticas ambientalmente sustentáveis adotadas por empresas responsáveis. Neste contexto, foi estudada a possibilidade de utilização do Lodo (biossólido), oriundo da ETE Suzano na conformação de blocos cerâmicos isolantes térmicos. A amostra de biossólido foi inicialmente seca a 110ºC por 24 horas, homogeneizada e triturada, sendo acrescida 20% de areia ema sua massa. A mistura foi homogeneizada e caracterizada a sua distribuição granulométrica. Através da fluidez em mesa vibratória foi determinada a porcentagem ideal de água para a conformação dos corpos de provas que, após a confecção, foram secos a 110ºC por 24 horas e queimados até a sinterização (1150ºC por 3 horas a 5°C/min.). A caracterização dos corpos foi realizada através de análise cristalográfica por difração de raios X (DRX), resistência à compressão (RC), retração linear (RL), massa específica aparente (MEA) e porosidade aparente (PA). Para determinação das propriedades térmicas e capacidade de isolamento térmico foi determinada pela técnica do Fio Quente Paralelo.

Introdução

A destinação ambientalmente correta do lodo de esgotos (LE) é um problema discutido exaustivamente em uma infinidade de trabalhos científicos e que, até o momento, não apresentaram uma solução efetiva para este terrível passivo ambiental. Atualmente por falta de alternativas viáveis, a disposição majoritária deste resíduo, ao menos no Brasil, esta direcionada aos diversos aterros existentes em áreas metropolitanas. Entretanto, com o crescente rigor ambiental aplicado pelos órgãos controladores deste segmento, encontrar alternativas para disposição do LE tornar-se-á, futuramente, uma obrigação inevitável. Os precursores em pesquisas para o aproveitamento destes resíduos têm sido geralmente os países mais industrializados, destacando-se o Japão, EUA e Singapura (1). No Brasil, dentre as principais alternativas economicamente viáveis para a disposição do LE podemos citar o aproveitamento para a agricultura e incorporação a massas cerâmicas tradicionais.

Estudos recentes demonstraram diversas limitações para o uso na agricultura decorrentes da presença no LE de bactérias, metais pesados e outros contaminantes. Cada vez mais a disposição final deste resíduo tem sido colocada em questão visto que mantêm presentes riscos de contaminação direta do solo, de águas subterrâneas, da vegetação e mesmo a contaminação do homem por contato direto ou através dos alimentos (2).

Autor: Reginaldo Carvalho da Silva.

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