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Avaliação do processo de remoção de diclofenaco de esgoto doméstico em sistema de tratamento baseado em lagoas de lemnas

Resumo

A presença de fármacos em esgoto doméstico é uma questão de grande preocupação devida seus efeitos negativos em ecossistemas e na saúde humana. Neste sentido a fitoremediação surge como sendo uma alternativa vantajosa de remoção dos micropoluentes, o baixo custo de implantação e manutenção é um fator atrativo. O presente estudo visa avaliar a capacidade da macrófita aquática (Lemna minor.), para remoção de diclofenaco do esgoto doméstico. Foi utilizado um tanque de 3.000 L, foram coletadas amostras a cada três dias durante 21 dias nos períodos matutino e vespertino. Os resultados de remoção para diclofenaco, foram em média 0,63 μg/L (remoção de 96.70%) para diclofenaco. A presença da espécie utilizada neste estudo pode desempenhar um papel importante na eficiência da remoção de fármacos testados em lagoas de polimento. Esses resultados destacam a importância das lagoas de polimento de lemna para remoção de fármacos.

Introdução

O esgoto doméstico e industrial contém uma grande variedade de substâncias químicas como fármacos, produtos de higiene pessoal, pesticidas e produtos de uso veterinário. Esses compostos formam uma nova classe de poluentes denominada de poluentes emergentes (PPCPs) 1.

Alguns desses poluentes são parcialmente eliminados pelas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE). Estudos mostram que os PPCPs, mesmo detectados em concentrações muito baixas, na ordem de ng.L-1 e μg.L-1, são considerados como motivos de preocupação, pois podem causar efeitos adversos no ecossistema aquático e no ser humano 2,3,4,5.

Os poluentes emergentes presentes no esgoto bruto são encaminhados para as ETEs onde são tratados por processos convencionais de água e esgotos. Estes processos convencionais são incapazes de eliminar completamente esses compostos persistentes, sendo necessária a introdução de outros tipos de tratamentos adicionais6 . No Brasil é relevante ressaltar a existência de uma maior expectativa de ocorrência de fármacos e conservantes em águas residuais devido à carência de estrutura sanitária para o tratamento de esgoto.

Atualmente são utilizadas muitas espécies de macrófitas aquática em estudos que buscam novos tratamentos de águas residuárias por fitorremediação. Estas plantas podem ser aplicadas na superfície de lagoas de polimento e contribuem na remoção de nutrientes, bem como de sólidos suspensos e matéria orgânica7.

Pesquisas realizadas com lemnas mostram que estas plantas aquáticas tem capacidade de remover poluentes orgânicos por adsorção e por processos fito metabólicos 8,9,10.

O uso das lemnas como tecnologia “end point” no tratamento de efluentes está fundamentado na capacidade natural dessas plantas em se desenvolver em ambientes eutrofizados, como em lagoas de tratamento. As lemnas apresentam as características ideais para suportar elevadas cargas de matéria orgânica, sólidos suspensos e nutrientes, além de variações bruscas no pH 11,12.

Diante do cenário exposto há uma iminente necessidade em estudar novas formas de tratamentos que sejam eficientes e de baixo custo para remoção dos poluentes emergentes.

Portando, levando-se em consideração os diversos estudos relacionados ao polimento de efluentes domésticos, este trabalho tem o objetivo de avaliar a remoção do fármaco (diclofenaco) do esgoto doméstico da cidade de Ilha-Solteira/ SP, utilizando macrófitas aquáticas da espécie Lemna minor.

Autores: Mariane Luz dos Anjos; William Deodato Isique; Flaviane Smaniotto; Liliane Lazzari Albertin e Tsunao Matsumoto.

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