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Aplicação de balanço de massa no gerenciamento integrado de bacias de esgotamento

Resumo

O trabalho apresenta os benefícios obtidos com a prática da utilização de balanço de massa para controle e gestão de estações de tratamento de esgoto, assim como das bacias de esgotamento da estação. Com a utilização do balanço de massa é possível identificar os pontos críticos da estação e realizar a gestão integrada do sistema de esgotamento, e assim efetuar intervenções, melhorias e planejamento de médio e longo prazo em estações de tratamento de esgoto.

Introdução

As estações de tratamento de esgotos (ETEs) são unidades operacionais do sistema de esgotamento sanitário da RMSP, que por meio de processo físicos e biológicos removem as cargas poluentes do esgoto, devolvendo ao meio ambiente o produto final em conformidade com os padrões exigidos pela legislação ambiental (lei 8468/76-artigo 18, Resolução CONAMA 430).

O conhecimento das características do esgoto a ser tratado (qualitativamente e quantitativamente) é fundamental para obter o controle adequado e possibilitar o gerenciamento das unidades operacionais de uma ETE. Com isto, é possível a melhoria contínua dos processos utilizados tanto no tratamento da fase líquida como também no tratamento da fase sólida. Verifica-se desta maneira a importância da realização de monitoramentos, seja da ETE, seja da bacia de esgotamento.

Todos os dados operacionais obtidos em uma estação de tratamento de esgoto dependem fortemente da qualidade do esgoto afluente. Estes dados são fundamentais para a gestão do sistema de esgotamento sanitário de forma integrada, a fim de atingir a eficiência operacional requerida.

A utilização de balanços de massa vem ao encontro desta diretriz, que visa à melhoria contínua dos processos de tratamento de esgoto, ou seja, 100% da vazão tratada e 100 % de qualidade do efluente final. Este trabalho tem como propósito apresentar a prática da utilização de balanços de massa, realizadas com base em dois parâmetros: com base em DQO, representando a matéria orgânica presente no esgoto e com base em cloreto, representando a salinidade do esgoto.

Para aperfeiçoar uma estação de tratamento de esgoto é exigido o mapeamento do sistema e um entendimento aprofundado dos vários processos, suas diversas etapas do início ao fim. O caráter dinâmico do funcionamento de uma ETE também dificulta a realização de mudanças drásticas de operação quando em situações adversas. Nesse sentido, um programa de monitoramento pode auxiliar para que o processo de tratamento do esgoto atinja seu máximo de eficiência.

A adoção de parâmetros que possibilitem averiguar as características do esgoto encaminhado às ETEs, em pontos estratégicos de monitoramento, pode orientar na escolha de estratégias operacionais mais eficazes. O conhecimento do comportamento da planta possibilita antecipar os parâmetros a serem controlados.

O aprimoramento de forma sistemática na gestão operacional das ETEs da RMSP, por meio do monitoramento em tempo real das bacias de esgotamento, e utilização de balanços de massa com dados reais e modelos matemáticos, tem sido uma importante prática para a gestão integrada do sistema, possibilitando de forma estruturada efetuar o planejamento de médio e longo prazo das ETEs. Também possibilita identificar demandas que são críticas ao processo de tratamento, e que justificam tecnicamente o aporte de recursos financeiros para manutenção do sistema, como também servem de base para renegociação com clientes internos e externos.

Autora: Alessandra Cardoso Souza Minelli.

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