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Pesquisa com organismos aquáticos avalia níveis seguros de agrotóxicos na água

Embrapa analisou níveis de toxicidade de inseticidas e fungicidas aplicados na agricultura

agrotoxico-agua

Uma pesquisa realizada na Embrapa Meio Ambiente (SP) utilizou organismos aquáticos para estabelecer níveis de segurança para a concentração na água de defensivos químicos utilizados na lavoura.

No estudo, foram analisados níveis de toxidade para o inseticida diflubenzuron, para os fungicidas piraclostrobin e epoxiconazole e para a mistura dos dois últimos. Os três são insumos usados na agricultura e o diflubenzuron chegou a ser empregado na piscicultura, apesar de sua aplicação não ser permitida nessa atividade.

O pesquisador da Embrapa, Claudio Jonsson, afirma que a utilização dessas espécies como bioindicadores traz vantagens por serem relativamente fáceis de cultivar e manter em laboratório e com isso, apresentam boa disponibilidade e menor custo. “As espécies analisadas foram uma microalga, dois microcrustáceos, um inseto aquático e uma espécie de peixe, no caso do diflubenzuron. No caso dos fungicidas, uma microalga, um microcrustáceo e um peixe,” conta Jonsson.


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Ecossistemas Aquáticos

O cientista relata que essas espécies são mais sensíveis aos efeitos da toxidade dos produtos e permitem uma avaliação relativamente rápida dos efeitos desses agentes e a estimativa dos impactos causados sobre outros organismos. “Uma molécula pode ser extremamente tóxica para um organismo, mas não para outro. Os herbicidas, por exemplo, em sua maioria são altamente tóxicos para algas e plantas aquáticas, mas não tanto para vertebrados e invertebrados”.

A pesquisadora Mariana Moura e Silva, do Laboratório de Ecossistemas Aquáticos da Embrapa Meio Ambiente, explica que os testes com organismos aquáticos, além de servirem para delimitar níveis máximos permissíveis nos ecossistemas aquáticos, podem servir para avaliar a eficiência de remoção de um contaminante.

“Por exemplo, se passamos um efluente tóxico por meio de um sistema de filtragem (como materiais relativamente de baixo custo como a brita e argila expandida), podemos avaliar a toxicidade na ausência do material filtrante e na presença dele. Assim, é possível calcular a percentagem de diminuição da toxicidade associada à remoção do agente tóxico”, detalha.

Os resultados obtidos com o uso desses bioindicadores podem contribuir para políticas públicas no Brasil relacionadas ao estabelecimento de limites máximos permissíveis de xenobióticos (compostos estranhos) no compartimento aquático. Além disso, podem auxiliar em pesquisas de matérias inertes e de baixo custo capazes de remover xenobióticos presentes em efluentes da aquicultura ou da agricultura.

Fonte: Revista Globo Rural.


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