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Hidrogênio verde: políticas públicas são essenciais para o desenvolvimento da indústria no país

Potencial brasileiro para a geração de energia renovável

O potencial brasileiro para a geração de energia renovável, cada vez mais competitiva. Associado aos nossos fartos recursos hídricos tornam o país um dos lugares mais promissores no mundo para o desenvolvimento do hidrogênio verde (H2V).

E, consequentemente, uma peça-chave para a redução da emissão de gases de efeito estufa no planeta.  Porém, entre o que se planeja e a execução, temos um longo caminho a percorrer. No qual as ações governamentais e as políticas públicas terão papel decisivo.

Somos privilegiados geograficamente e oferecemos atualmente todas as condições naturais para atrair a indústria do H2V, mais novo e desejado combustível sustentável. Temos abundância tanto de energia quanto de água, insumos essenciais para o processo de produção e um diferencial sobre mercados concorrentes. Contamos com uma das mais longas costas litorâneas do mundo – de 7.491 quilômetros de extensão – além de 175 instalações portuárias. Dispomos também de uma ampla geração de energia limpa.

Em 2022, do total da geração de energia elétrica, 92% resultaram de fontes renováveis. Com cerca de 1.300 GW de potencial em fontes eólica e solar. Somos o terceiro país que mais produz energia renovável no mundo. Atrás apenas de EUA e China, e em termos de preço, um dos mais competitivos internacionalmente.

E o mundo está de olho em todo esse potencial. Segundo a consultoria alemã Roland Berger, o Brasil pode se tornar o maior produtor de hidrogênio verde do mundo e alcançar uma receita anual de R$ 150 bilhões a partir de 2050, dos quais R$ 100 bilhões seriam provenientes das exportações. E não paramos por aí.  Nosso custo para a produção do H2V seria o menor do globo. A US$ 0,55/kg até 2050, de acordo com projeções da Bloomberg New Energy Finance.

Hidrogênio no  Nordeste

Atualmente, as principais iniciativas de hidrogênio em andamento estão no Nordeste, nos estados do Ceará, Pernambuco e Bahia, além do Rio de Janeiro, no Sudeste.

Segundo dados do Ministério de Minas e Energia, já foram divulgados protocolos de entendimentos também nos estados do Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. Juntos, os projetos somam mais de US$ 20 bilhões.

Algumas empresas já avançam nessa corrida. No mercado brasileiro, a Unigel, segunda maior petroquímica do país, fechou em janeiro deste ano contrato com a multinacional alemã Thyssenkrupp, para construção da primeira fábrica de hidrogênio verde do país, localizada no Polo Industrial de Camaçari, na Bahia. O projeto demandará investimentos na ordem de US$ 120 milhões.


 

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Programa Nacional do Hidrogênio

Lançado em 2021, o Programa Nacional do Hidrogênio vai em sentido contrário ao dos estados e dos interesses do próprio mercado, ao prever uma política aberta a todas as rotas de produção, além da energia verde.

Ao passo que, carecemos ainda de uma regulamentação clara. Ao contrário de países vizinhos como Chile, Uruguai e Colômbia, que já possuem regras específicas para a produção do combustível, de olho no aumento da demanda no mercado internacional.

Porém, não basta ter normas claras. Para avançar, é necessário acelerar o desenvolvimento da infraestrutura de distribuição e a integração da cadeia de valor. Além de aumentar a produção de energia em grande escala, com preço competitivo, subsidiado, para fazer frente à demanda do produto no mercado global, em especial a Europa.

A guerra da Rússia e Ucrânia levou diversos países a transformar sua matriz energética. Segundo a Agência Internacional de Energia, a demanda geral por hidrogênio em todo o mundo atingiu 94 milhões de toneladas em 2021, superando a alta anual anterior de 91 milhões de toneladas alcançada em 2019. Ainda, de acordo com a agência, a previsão é de que esta geração atinja a marca de 200 milhões de toneladas em 2040.

O combustível é hoje uma aposta natural de descarbonização das principais multinacionais de energia. A britância bp, por exemplo, adquiriu ano passado a participação de 40,5% e tornou-se operadora do Asian Renewable Energy Hub (AREH), um dos maiores hubs de energia renovável, localizado na Austrália. Em Portugal, nós, da Lightsource bp, formamos uma parceria com a portuguesa Dourogás, empresa de fornecimento de gás, para investimentos em energia solar e infraestrutura de hidrogênio no país.

Energia Solar

Como a energia solar é o recurso renovável perfeito para suprir as instalações de hidrogênio verde, o portfólio atual e futuro da Lightsource BP poderá ser desenvolvido e compartilhado para alavancar este objetivo de impulsionar a indústria de H2V. Em direção ao reequilíbrio climático global.

Complementar a outras tecnologias, o hidrogênio verde é, sem dúvida, o principal recurso para reduzir a emissão de gás carbônico por indústrias de siderurgia, fertilizantes, transporte pesado, navegação marítima, aviação e petroquímica. Além disso, fomentará a criação de milhares de empregos e a atração de milhões em investimentos para a economia nacional.

Portanto, é essencial contarmos com uma legislação e regulamentação adequadas à criação de um ambiente competitivo. Nós, do setor de energia, temos muito a contribuir para esse processo. Que deve acontecer num futuro muito próximo, aproveitando essa janela de oportunidade que se desenha no mundo.

Fonte: ESTADÃO


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