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Estudo descobre extensão da poluição farmacêutica em rios do mundo todo

Pesquisa em 258 rios revela que um quarto deles contém níveis de produtos farmacêuticos com potencial tóxico; problema já afeta todos os continentes.

Pesquisadores estudaram 258 rios em todo o mundo — incluindo o Tâmisa em Londres e o Amazonas no Brasil — e detectaram produtos farmacêuticos em níveis potencialmente tóxicos em mais de um quarto deles

rio tãmisa londres

Foto Banco de Imagens Pixabay – Rio Tâmisa em Londres

A pesquisa foi publicada no último dia 8 de fevereiro no Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). CLIQUE AQUI para acessar a pesquisa.

O estudo faz parte do Projeto de Monitoramento Global de Produtos Farmacêuticos da Universidade de York e mediu a presença de 61 componentes em rios, como carbamazepina, metformina e cafeína. É a primeira vez que um levantamento global é feito sobre a contaminação medicinal do meio ambiente.

Uma equipe de 127 colaboradores vindos de 86 instituições ao redor do planeta analisou a água de rios em mais da metade dos países do mundo – sendo que alguns nunca haviam sido monitorados antes para a presença de ingredientes farmacêuticos ativos (IFAs).
A pesquisa incluiu localidades diversificadas, que iam do rio Mississippi, nos Estados Unidos, ao Mekong, no sudeste asiático.

Foram coletadas amostras de água em áreas afastadas como uma aldeia yanomami na Venezuela, mas também em algumas das cidades mais populosas do planeta, como Delhi, Londres, Nova York, Lagos, Las Vegas e Guangzhou.

O levantamento incluiu também áreas com instabilidade política como Bagdá, no Iraque, e Yaoundé, em Camarões. Os climas locais variavam da tundra de elevada altitude a regiões polares na Antártica e desertos da Tunísia.

Os pesquisadores descobriram que a poluição farmacêutica está contaminando a água em todos os continentes. As principais atividades associadas à contaminação incluem despejo de lixo ao longo das margens, infraestrutura inadequada de esgoto, além do impacto de fossas residuais nos rios.


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Altos níveis de poluição pelos farmacêuticos foram associados a regiões de altas médias de idade nas populações, compostas por cidadãos mais velhos. O problema também foi relacionado a taxas elevadas de desemprego e pobreza, sendo que nações de renda média para baixa tinham rios mais poluídos.

Estudos anteriores já monitoraram os IFAs nas águas desses cursos, porém, deixaram de incluir várias localidades, medindo apenas alguns contaminantes selecionados com métodos diferentes. Isso tornou difícil avaliar o problema globalmente.

A nova pesquisa também revela que os países e as regiões mais poluídas (África subsariana, América do Sul e partes do sul da Ásia) são as menos pesquisadas quando se trata do assunto.

Mas os especialistas esperam que, ao aumentar o monitoramento de produtos farmacêuticos, eles possam criar estratégias para limitar os seus possíveis efeitos nocivos. “Através do nosso projeto, nosso conhecimento da distribuição global de produtos farmacêuticos no ambiente aquático foi consideravelmente aprimorado”, afirma John Wilkinson, coautor do estudo, em comunicado.

O pesquisador cita que quase todos os dados até então eram focados em áreas selecionadas na América do Norte, Europa Ocidental e China. A nova pesquisa, segundo os autores, traz uma abordagem inédita, ampliando os estudos e podendo ser expandida para incluir a análise de sedimentos, solos e biota.

Fonte: Um só Planeta


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