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Cagece garante água para Hidrogênio Verde em 6 meses

A Utilitas, uma Sociedade de Propósito Específico, com ator privado e participação da Cagece, está pronta para oferecer 1,2 m³/s de água reciclada às empresas do Hub do H2V do Ceará.

A água para Hidrogênio Verde será proveniente  do reuso dos efluentes da Região Metropolitana de Fortaleza ou da dessalinização da água do mar, para o que os próprios empreendedores investirão

cagece

Imagem Ilustrativa

Se forem transformados em efetivas unidades industriais – todos os 12 Protocolos de Intenção celebrados até agora pelo Governo do Ceará com igual número de empresas estrangeiras interessadas em investir na produção do Hidrogênio Verde no Ceará, sua demanda por água será de 0,7 m³/s (700 litros por segundo), bem menos do que o 1,2 m³/s (1.200 litros por segundo) que a Utilitas – uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), com protagonismo de ator privado e participação da Cagece – estará pronta para fornecê-la num prazo de seis meses.

Esta informação foi transmitida ao Diário do Nordeste pelo secretário de Recursos Hídricos do Estado, engenheiro Francisco Teixeira Coelho, que disse mais, com todas as letras:

“A água para o Hub do Hidrogênio Verde não será proveniente dos sistemas convencionais. A fonte hídrica para o H2V será o reuso dos efluentes da Região Metropolitana de Fortaleza ou a dessalinização da água do mar, para o que os próprios empreendedores investirão.”

Teixeira disse mais:

“Caso os atores do H2V optem pela água de reuso, a empresa que a fornecerá (a Utilitas) já está de prontidão. Caso optem por água dessalinizada, farão eles mesmos seus próprios projetos e os construirão com recursos próprios”.

O titular da SRH deixou bem claro que “o projeto do Estado para os atores do Hub do H2V é disponibilizar água reciclada”. De forma didática, Teixeira expôs a questão nos seguintes termos:

“Na Região Metropolitana de Fortaleza, nós temos um potencial, já todo compilado pela Cagece. Só na Zona Sul, sem considerar o Emissário Submarino (instalado e em operação na Avenida Leste Oeste) temos cerca de 1,2 m³/s, maior do que o 0,7 m³/s) que, de acordo com a estimativa da Secretaria do Desenvolvimento Econômico e Trabalho (Sedet), será a demanda das 12 plantas industriais prevista pelos 12 Protocolos de Intenção já celebrados pelo Governo. Não é, pois, ‘um mundo de água’ que a produção do H2V exigirá”.


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Francisco Teixeira prossegue:

“Hoje, a Cagece já tem, há alguns anos, devidamente organizada, uma SPE, com atores privados, cujo nome é Utilitas, pronta para atender ao demandador dessa água de efluentes. Neste momento, lá no Pecém, por exemplo, eles (a SPE) já têm condições de, em aproximadamente seis meses, oferecer mais de 0,1 m³/s (100 litros por segundo) de água reciclada só com os efluentes coletados na usina siderúrgica da CSP e na Usina Termoelétrica (UTE) do Pecém”.

O secretário Francisco Teixeira avança:

“Eles (a SPE) estão hoje jogando esses efluentes em lagoas de estabilização, que são gigantescos tanques, mas já estudando a possibilidade de construir um emissário submarino para jogá-los no mar, se não surgirem empresas interessadas nessa água de reuso. A água efluente dessa UTE precisará passar por um tratamento melhor porque é uma água que sai com índices de sais elevados, necessitando de um processo de osmose. Mas, de toda sorte, já existe no Pecém uma disponibilidade mais imediata, num prazo de seis meses. Isto quer dizer que, só com esses efluentes de duas fontes do Pecém, teríamos a oferta de 100 litros de água reciclada por segundo”.

Agora, vem a parte mais interessante da questão. O secretário Francisco Teixeira retoma a exposição, feita, vale repetir, com exclusividade para o Diário do Nordeste:

“Quanto ao esgoto doméstico de Fortaleza, parte dele é coletado pela Cagece, tratado pela ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) da Avenida Leste Oeste e enviado para o Emissário Submarino, que a joga no oceano. A outra parte, porém, principalmente o coletado nos bairros da Zona Sul de Fortaleza, vai para lagoas de estabilização. Assim, a ideia da Cagece – para atender à demanda do futuro Hub do H2V – é coletar esse esgoto, levar, por meio de uma grande tubulação, até a área onde hoje opera a ETA (Estação de Tratamento de Água) da região Oeste e, num terreno ao lado, construir uma planta de reciclagem de água com investimento bancado pelo ator privado da SPE.

“Essa planta será modulada, ou seja, ela será paulatinamente ampliada à medida que o exigir o crescimento da demanda. Só com os esgotos dessa região de Fortaleza (a Zona Sul), o volume a ser reciclado será de 1,2 m³/s, um potencial razoável que poderá ser ampliado para 2 m³, fazendo a reversão de alguns emissários terrestres da Cagece. Portanto, temos uma oferta de água reciclada maior do que o dobro da demanda estimada pela Sedet para as primeiras 12 empresas do Hub do H2V.”

“Já existe todo o arranjo institucional, legal, montado com empresas prontas para a implantação desse grande projeto de reciclagem de água. Tudo dependerá dos atores do Hidrogênio Verde. Alguns deles (as empresas que já assinaram o Protocolo de Intenções) ficaram muito entusiasmados com essa possibilidade porque a água de reuso será mais barata do que a água dessalinizada, um projeto mais complicado porque exigirá dos atores privados todo o investimento.

“Além disso, é óbvio que a opção pela água de reuso, do ponto de vista ambiental, é muito mais sustentável. E há outro detalhe importante: o tratamento (da água de reuso) a ser processado pela planta da Utilitas será conforme a exigência da qualidade da água a ser apresentada pelas indústrias do Hub do H2V. É um esgoto de fácil tratamento, pois totalmente doméstico. Não será um esgoto proveniente da indústria, o que, de antemão, já garante um tratamento bem mais barato”.

Fonte: Diário do Nordeste 


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