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Análise multitemporal de parâmetros biofísicos por sensoriamento remoto no entorno do reservatório Jucazinho – PE

Resumo

O mapeamento e quantificação de parâmetros biofísicos por sensoriamento remoto é de grande importância para identificação de mudanças na paisagem ao longo do tempo, auxiliando na tomada de decisões no que diz respeito ao uso e ocupações sustentáveis. Neste sentido, o presente trabalho tem por objetivo realizar uma análise multitemporal do Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI), albedo e temperatura da superfície no entorno do Reservatório Jucazinho, localizado na bacia do rio Capibaribe, em Pernambuco. Utilizaram-se imagens do TMLandsat 5 de 03/08/1992 (antes da construção do reservatório), 29/08/2007 e 17/03/2011 (com o reservatório em operação). Os resultados apontaram para uma redução da cobertura vegetal na sequência das imagens. Através dos valores de NDVI foi possível verificar escassez hídrica no trecho do rio Capibaribe para a cena de 03/08/1992, comprovando o trecho de regime fluvial intermitente. O albedo da superfície apresentou valores médios crescentes ao longo dos anos, o que representa modificações no uso do solo. Comparando as temperaturas da superfície médias entre os anos de 1992 e 2007, e 2007 e 2011 verificou-se que houve um aumento médio de 6,81 ºC e 2,37 ºC, respectivamente, entre as cenas.

Introdução

Ao longo das últimas duas décadas, as técnicas de sensoriamento remoto possibilitaram o monitoramento de diferentes e grandes áreas nos diversos biomas do mundo, auxiliando na realização de diagnósticos de alterações ambientais através dos parâmetros biofísicos e uso e ocupação do solo (Gusmão et al., 2013; Lins et al., 2017). Com o monitoramento, é possível diagnosticar alterações antrópicas e naturais na paisagem, e orientar o estabelecimento de políticas de reversão de um quadro de degradação ambiental (Cunha et al., 2012).

 

A quantificação de parâmetros biofísicos (albedo, índices de vegetação e temperatura da superfície) em estudos temporais no entorno de reservatórios, vem sendo estudada em grande escala (Santiago et al., 2009; Matos et al., 2015; Pires, 2017; Azevedo et al., 2018, dentre outros), tendo como principal objetivo a identificação de mudanças na paisagem ao longo do tempo.

 

O reservatório Jucazinho foi construído em 1998 pelo Departamento Nacional de Obras contra as Secas (DNOCS) visando, entre outros objetivos, assegurar o controle de inundações, abastecimento humano e irrigação (BRASIL, 1995). Atualmente a barragem atravessa o pior cenário desde a sua inauguração, em 2000, encontrando-se em colapso desde setembro de 2015.

 

A regularização de vazão por meio de reservatórios é uma eficiente estratégia para enfrentamento de déficit hídrico em regiões semiáridas com o Agreste de Pernambuco onde se localiza o reservatório Jucazinho (Batista et al., 2017). A preservação da bacia contribuinte aos reservatórios do semiárido é de grande importância para a manutenção das características qualitativas e quantitativas da água armazenada que será utilizada para atendimento dos mais diversos usos. Esse é um dos elementos que podem ser considerados para a garantia da segurança hídrica no semiárido do Nordeste do Brasil como tem sido destacado em iniciativas de pesquisa que buscam compreender tais sistemas hídricos (Batista et al., 2017; Ribeiro Neto et al., 2014).

 

Considerando a importância e vulnerabilidade da área de estudo, o objetivo deste trabalho foi realizar uma análise multitemporal, utilizando imagens do sensor TM do satélite Landsat 5, dos parâmetros biofísicos NDVI, albedo e temperatura da superfície no entorno do Reservatório Jucazinho.

 

Autores: Bruno e Silva Ursulino; Suzana Maria Gico Lima Montenegro; Leidjane Maria Maciel de Oliveira; Alfredo Ribeiro Neto e Diogo Francisco Borba Rodrigues.

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