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Aspectos construtivos e ambientais e sua relação na qualidade da água de poços utilizados como solução alternativa coletiva (SAC)

Resumo

O trabalho teve o intuito de correlacionar a qualidade da água dos poços de Solução Alternativa Coletiva (SAC) a fatores de saneamento básico e a alguns indicadores relativos à instalação do poço, através da aplicação questionário a campo e também da análise dos dados de vigilância presentes no SISAGUA. Dos questionários aplicados em vinte e cinco SAC, 52% apresentam dados registrados na Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), 8% são Fontes Drenadas e os demais não possuem registro. Em relação às atividades agrícolas, 8% dos poços não possuem atividade e os demais estão distribuídos em bovinocultura, suinocultura e avicultura; com relação ao cultivo agrícola, 33% estavam exclusivamente influenciados por lavouras de trigo e os demais distribuídos entre milho, soja e pastagens. Quanto aos parâmetros de qualidade de água disponíveis no SISAGUA, os poços contaminados com E. coli ou coliformes totais estavam localizados próximos a habitações e/ou aqueles que possuem entradas de água rasas. De forma geral, este diagnóstico pode colaborar com o planejamento do setor de saneamento ao relatar que apenas 8% dos poços estão de total acordo com a NBR 12244/06, e mais de 60 % apresentam contaminação de origem fecal.

Introdução

O abastecimento público de água no que se relaciona à qualidade e à quantidade de água disponível para o consumo é preocupante em função da má distribuição dos recursos hídricos e da poluição dos mananciais, superficiais e subterrâneos (BRASIL, 2006).

A preocupação com a qualidade da água de abastecimento humano é vigente pelos órgãos que tratam dessa questão, pois a água de acordo com a Portaria do Ministério da Saúde nº 2914/2011, deve estar em condições para o desenvolvimento humano, a fim de evitar a incidência de inúmeras doenças de veiculação hídrica.

Considerando que o Brasil possui 29,9 milhões (IBGE, 2010) de habitantes na área rural, os serviços relativos ao Saneamento Básico que cumprem com a Lei Federal nº 11.455/07 ainda estão defasados ou em atendimento desigual, quando comparado ao urbano. Há uma grande preocupação com a fonte de captação de água nessas áreas, aonde o sistema de abastecimento ainda não chegou.

Com vistas nesse cenário e dentre várias abordagens e melhorias na ação de distribuição, proteção e qualidade da água, o Programa Nacional de Vigilância de Água para Consumo Humano (VIGIAGUA) através do instrumento Sistema de Informação de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA), gera o relatório de vigilância que tem como finalidade armazenar informações sobre as inspeções sanitárias das formas de abastecimento de água e sobre o monitoramento da sua qualidade realizado pelo setor saúde.

Sabendo-se da ligação direta da qualidade da água com a Saúde Pública, este trabalho buscou relacionar os dados do SISAGUA, do ano de 2017, para os parâmetros de coliformes totais, Escherichia coli e turbidez das águas provenientes dos SACs, ao questionário qualitativo aplicado a campo que inclui os aspectos ambientais (cultivo agrícola, agropecuária, habitação próxima ao poço, resíduos sólidos) e parâmetros construtivos.

Autores: Raphael Corrêa Medeiros; Caroline Emiliano; Daniela Sartor e Nicole Bavaresco Rezende.

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