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ABES promove 3° Simpósio Internacional de Reúso de Água

A Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) realizou de 16 a 23 de novembro o “3° Simpósio Internacional de Reúso de Água”. O evento contou com seis webinars e reuniu diversos especialistas para discutir o tema

 

agua

 

Com um público de aproximadamente 500 pessoas, o objetivo do simpósio foi ampliar o debate sobre cidades inteligentes e o envolvimento com o reúso de água na gestão de recursos hídricos.

O Prof. Dr. José Carlos Mierzwa do Centro Internacional de Referência em Reúso de Água (CIRRA) da USP, trouxe ao primeiro dia de webinar uma visão panorâmica sobre o reúso de água no Brasil.

Visão geral do reúso de água no Brasil

Crise hídrica na atualidade

Quais as causas da crise vivenciada na atualidade?

  • Fenômenos ou condições naturais;
  • Planejamento do uso e ocupação do solo;
  • Demanda excessiva da água;
  • Expansão da contaminação de mananciais.

Qual a abordagem a ser utilizada?

  • Problemas complexos exigem soluções integradas;
  • Muitas cidades não podem prescindir da água importada de outras regiões, contudo, elas também não podem comprometer a capacidade de outras regiões utilizarem os recursos próximos.

Opções para combate à escassez de água:

  • Racionalização do uso da água:
    – Utilização de equipamentos hidráulicos mais eficientes;
    – Incentivar a indústria a desenvolver e comercializar os equipamentos economizadores;
    – Desenvolvimento de processos produtivos que requeiram menor consumo de água.
  • Aprimoramento das tecnologias de tratamento de efluentes (domésticos e industriais);
  • Reúso da água.

Histórico sobre reúso de água no Brasil

Primeiras iniciativas de reúso planejado por Companhia de Saneamento:

  • 1998 – Sabesp/SP – Reúso industrial para a Coats Corrente:
  • Polimento de efluente secundário da Estação de Tratamento de Esgoto Jesus Neto;
  • Fornecimento de 17 L/s por meio de adutora.
  • 2008 – SABESP/SP – Reúso industrial para a empresa Santher:
  • Polimento de efluente secundário da Estação de Tratamento Parque Novo Mundo;
  • Fornecimento de 24 L/s, por meio de adutora.

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  • 2012 – Projeto AQUAPOLO – Reúso industrial para o Pólo Petroquímico de Capuava:
  • Polimento de efluente secundário em Sistema MBR Terciário e Osmose reversa;
  • Fornecimento de 600 L/s através de adutora.

Reúso urbano em condomínio:

  • 2008 – Residencial Valville I – Primeiro programa de reúso em condomínio residencial com rede dupla de distribuição de água;
  • Tratamento de esgoto doméstico com polimento por clarificação, desinfecção por radiação UV, cloração e adição de corante;
  • Capacidade: 7,2 m3/h

Reúso em hotel:

  • 2017 – Copacabana Palace – Produção de água de reúso para sistema de troca térmica;
  • Tratamento de esgoto por processo MBR e Osmose Reversa;
  • Capacidade: 2,5 m3/h de água de reúso.

Tendências para o futuro

  • Agravamento dos problemas de escassez hídrica em regiões urbanas;
  • Necessidade de ampliação da coleta e tratamento de esgotos;
  • Restrições ambientais em relação à qualidade da água;
  • Adoção de tecnologias mais modernas para tratamento de esgotos;
  • Implantação de programas de reúso potável direto.

Reúso potável:

  • Limitação para sistemas reúso não potável abrangente: custo da rede de distribuição;
  • Nível de desenvolvimento tecnológico permite a obtenção de água com elevado grau de qualidade;
  • Possibilita a implantação de um programa de reúso potável planejado;
  • Isto já vem sendo feito em outros países.

Modelo para programas de reúso potável:

  • Existem dois modelos para programas de reúso potável:
    – Reúso potável indireto (RPI): Efluentes tratados por processos avançados são encaminhados para um reservatório de água superficial ou subterrâneo, utilizado como fonte para abastecimento público;
    – Reúso potável direto (RPD): Efluentes tratados por processos avançados são conduzidos para a adutora de alimentação de uma estação de tratamento de água, ou injetados diretamente na rede de distribuição de água potável.

Elementos relevantes em um programa de reúso potável:

  • Fonte de produção da água de reúso: utilização de esgotos de origem residencial e comercial.
  • Adoção de sistemas de tratamento de esgotos que permitam o tratamento adequado;
  • Uso de uma estrutura de tratamento com múltiplas tecnologias;
  • Estabelecimento de programas adequados de monitoramento e controle;
  • Práticas de gerenciamento e comunicação de incidentes;
  • Regulação e controle independentes;
  • Envolvimento da comunidade.

Conclusões

  • A falta de planejamento nos grandes centros urbanos resulta em problemas induzidos de escassez de água;
  • Para enfrentar estes problemas é necessária uma abordagem integrada:
    – Redução do consumo de água;
    – Uso de novas tecnologias;
    – Reúso planejado.
  • Foco em inovação tecnológica.

Renata Mafra – Produtora de conteúdo

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