Sertão do Piauí e água potável
A cada R$ 1 investido em soluções para o acesso à água potável em cidades do sertão do Piauí, R$ 6,30 retorna para a economia do estado
Instituto Livres atua com trabalho voluntário, por meio de projetos como o Acolhimento Livre Ser, Mais Água e Impacto Sertão Livre.
A cada R$ 1 investido em soluções para o acesso à água potável em cidades do sertão do Piauí, R$ 6,30 retorna para a economia do estado. O dado é parte de um levantamento da startup Seall, sobre ações do Instituto Livres, divulgado nessa semana.
De acordo com o estudo, o projeto “Mais água” promove, desde 2013, a instalação de sistemas dessalinizadores, poços artesianos e cisternas, além do fornecimento de caminhões pipa e da reforma de barragens e açudes, em municípios do interior, como Acauã, Capitão Gervásio, Paulistana, Campo Alegre do Fidalgo, Curral Novo e Betânia do Piauí.
A iniciativa é capaz de gerar trabalho e renda, estimular a economia de energia e reduzir o número de internações médicas no estado. Ao todo, foram instalados 17 sistemas dessalinizadores e mais de 3.700 famílias, em 53 comunidades, beneficiadas. Destas, em média, mais de 51% tinham acesso à água somente via terceiros, como caminhão pipa, e 18% por poços artesanais não tratados.
Com o projeto, mais de 97% das famílias foram favorecidas com os sistemas dessalinizadores e 72% se sentem beneficiadas.
“No sertão, o que muitos não sabem é que a água, quando há, é salgada e imprópria para o consumo. O Mais Água viabiliza acesso à água potável a fim de combater a seca, a fome e a desesperança de uma região que, sem água, parece morta e improdutiva”, diz trecho do relatório anual de 2021 do Instituto Livres, período em que quase 7 mil novas pessoas passaram a ter acesso à água limpa no Piauí.
“Em 2022, as soluções do Mais Água estão integradas ao Projeto Quintais Produtivos, que promove o uso inteligente do solo, gerando renda e soberania alimentar. Por meio das boas práticas agroecológicas, os sertanejos são treinados a cultivar sua terra, obtendo alimentos para suas famílias, e o excedente é comercializado em feiras nas cidades”, destacou o documento.
O Instituto reúne voluntários de todo o Brasil para apoiar e financiar as ações sociais em comunidades rurais. Segundo o levantamento da startup Seall, mais de 4 mil voluntários estão em atuação e, a cada R$ 1 investido, R$ 4,73 retorna para a economia local.
“Tem-se o retorno de R$ 4,73, gerando um aumento de vendas e serviços do comércio local, geração de renda à contratação de serviços, realização de atividades com as crianças, estabelecimento de relações sociopositivas e doação de cestas básicas”.
“Quando se fala em educação, cultura e lazer, a cada R$ 1 investido, se teve um retorno social de R$ 9,75 para milhares de crianças beneficiadas, 930 certificados profissionalizantes, oficinas criativas de capacitação com mulheres, e desoneração para o governo em relação a investimento com educação e cultura”, diz trecho do levantamento.
Em Patos do Piauí, voluntários se reuniram para realizar o projeto Impacto Sertão Livre, que forneceu atendimentos de saúde gratuitos, por meio de exames especializados e da distribuição de medicamentos.
Entre os dias 24 e 30 de julho, o grupo de voluntários segue para Jacobina do Piauí, no Sul do estado.
“No atendimento à saúde, a cada R$ 1 investido, o retorno social foi de R$ 7,64. Mais de 68% dos respondentes alegaram ter recebido atendimento voltado à saúde de forma gratuita e 76% afirmou que não teriam condições próprias de terem acesso aos serviços oferecidos”, afirmou o estudo.
Para a diretora executiva da SEALL, Gabriela Ferolla, medir o retorno social é uma forma de tornar a atuação organizacional mais transparente e mobilizar mais capital.
“Os dados que trazemos são a materialização do movimento que eles realizam e um ativo fundamental para ampliar a ação transformadora que já possuem”, destacou.
LEIA TAMBËM: GOVERNO FEDERAL AUTORIZA REALIZAÇÃO DE ESTUDO PARA CONSTRUÇÃO DO CANAL DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO PIAUIENSE
Instituto Livres
O Instituto Livres é uma organização fundada em 2006, por meio dos projetos Acolhimento Livre Ser, que combate a violação de direitos e presta assistência social integral a crianças e adolescentes; Mais Água; e Impacto Sertão Livre.
Em 2013, surgiu o primeiro centro de acolhimento para crianças e adolescentes em Teresina. Em 2019, a organização se estabeleceu em Paulistana.
“Focamos em atender as comunidades sertanejas em suas necessidades básicas, promovendo transformação de bem-estar, autoestima e desenvolvimento de vida e convivência”, explicou o diretor-executivo da organização, Clever Murilo Pires.
“O que nos motiva é saber que não são apenas de números, mas reflexo das nossas ações propiciadas pela solidariedade e engajamento de milhares de pessoas que doam e se doam para essas causas. Nada do que fazemos seria possível sem os doadores, parceiros e voluntários”, completou.
Fonte: G1
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: ETANOL BRASILEIRO VIRA PEÇA-CHAVE DO MERCADO MUNDIAL DE COMBUSTÍVEIS DE AVIAÇÃO SUSTENTÁVEL
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: ANA E ANEEL APROVAM NORMATIVO SOBRE PROCEDIMENTOS DE OPERAÇÃO DE ESTAÇÕES HIDROLÓGICAS PELAS USINAS HIDRELÉTRICAS