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Mais de 50% das amostras dos rios mineiros estão contaminadas com esgoto

A presença de esgoto doméstico e industrial foi apontada em mais da metade das amostras dos rios mineiros.

esgoto

Imagem Ilustrativa

Essa porcentagem alta faz com que os rios estejam contaminados acima dos níveis máximos de tolerância do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Das 1.447 amostras colhidas pelo Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), 778 (54%) se encontram em desconformidade, de acordo com relatório que leva em conta as amostragens mais recentes divulgadas pelo instituto, referentes ao primeiro semestre de 2020.

O levantamento mostra que é generalizada a poluição por esgotos nos rios de Minas Gerais, ainda que o Igam tenha apresentado em seu relatório de gestão de 2020, divulgado na última quarta-feira, que o Índice de Qualidade das Águas (IQA) demonstre condição de qualidade regular em 49% dos segmentos de rios, boa em 31% e ruim nos restantes 20%.

O Igam afirma que o conhecimento do estado de cada corpo hídrico é fundamental para as políticas de conservação, pois considera “o monitoramento da qualidade da água ferramenta estratégica, que possibilita direcionar ações para promover a segurança hídrica”.


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Contaminação

No caso da contaminação por esgoto, o indicador utilizado foi a extrema concentração da bactéria escherichia coli. O micro-organismo do grupo dos coliformes termotolerantes tem como habitat exclusivo o intestino humano e de animais homeotérmicos, onde aparece em densidades elevadas, por isso presente nas fezes e por conseguinte nos esgotos. A concentração máxima que o Igam consegue medir para esgotos, pela presença dessa bactéria, é de 24,2 vezes o limite estabelecido pelo Conama. Nada menos do que 141 amostras atingiram esse volume.

O trecho da Bacia do Rio das Velhas mais poluído pelas descargas domésticas e industriais é o Alto Velhas, da nascente, em Ouro Preto, à altura da Foz do Ribeirão da Onça, entre BH e Santa Luzia.  O Rio Maracujá, que nasce em Cachoeira do Campo, distrito de Ouro Preto, e é um dos principais afluentes do Rio das Velhas na sua área de cabeceira. Ao passar por loteamentos e expansões urbanas, o curso d’ água recebe cargas de esgoto diretamente no leito, deixando a água cinzenta e o odor do líquido com cheiro forte de decomposição e lixo.

Também estão nessa lista mananciais contaminados da Grande BH como o Córrego Isidoro, na Região Norte da capital; o Ribeirão Arrudas, que corta BH das regiões do Barreiro à Leste; o Rio Betim, entre Betim e Juatuba, na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba; e o Ribeirão das Areias, em Ribeirão das Neves.

Os relatórios sobre a qualidade da água de rios e lagos também detectou poluentes em amostras que ajudam a traçar os principais problemas ambientais. De 981 amostras testadas para arsênio, 55 (5,6%) extrapolaram o limite máximo da substância, extremamente tóxica para o homem e para a vida biológica como um todo. Seis estavam no limite.

A contaminação por fósforo – presente nas atividades agrícolas, sobretudo na pecuária, e nos lançamentos de esgotos – foi medida em 1.447 amostras, sendo que em 539 (37,2%) estava acima do tolerado e em 46 (3,2%) no limite da legislação ambiental.

Interior 

No interior, a situação extremamente crítica se encontra nas águas de corpos hídricos das bacias do Rio das Mortes (Campos das Vertentes), Grande (Sul), Preto e Paraibuna (Zona da Mata), Itabapoana e Itapemirim (Leste), Jequitinhonha (Jequitinhonha), Pará (Centro-Oeste), Araguari (Alto Paranaíba), Piracicaba e Jaguari (Sul), Paracatu (Noroeste), Rio Piranga (Central) e São Francisco (Sul).

Fonte: JM Online.


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