NOTÍCIAS

Em crise, Rio São Francisco passa a ter regra de segurança hídrica

Quando o rio estiver com baixo nível em seus reservatórios, a gestão das suas vazões será submetida a decisões ligadas exclusivamente à segurança hídrica, e não mais a critérios de geração de energia

rio-sao-francisco

A ANA espera que os níveis dos reservatórios melhorem nos próximos três meses. Foto: Tiago Queiroz/Estadão

 

O combate ao drama da seca que há cinco anos castiga o Rio São Francisco passará a ter um novo aliado. A gestão das vazões do rio será agora submetida a decisões ligadas exclusivamente à segurança hídrica, e não mais a critérios de geração de energia, quando o rio estiver com baixo nível em seus reservatórios.

Na prática, isso significa que as duas principais represas de acumulação de água do São Francisco – Três Marias e Sobradinho – serão administradas somente pela Agência Nacional de Águas (ANA) enquanto estiverem com menos de 30% e 20%, respectivamente, de capacidade de armazenamento de água.

Discussão de vazões

Acima desse nível, a ANA poderá discutir as vazões com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que administra a geração de energia no País. Abaixo desse nível, porém, o ONS terá de acatar toda e qualquer decisão da ANA.

 

As regras foram incluídas numa resolução que a agência prevê publicar nesta quarta-feira, 6, no Diário Oficial da União (DOU). O objetivo é que as regras coloquem no papel medidas que já estavam sendo implantadas, mas que vinham gerando atritos entre o órgão que cuida da segurança hídrica e aquele responsável pela geração de energia do País.

Para que as medidas passem a valer, a ANA espera que os níveis dos reservatórios melhorem nos próximos três meses. Hoje, Sobradinho está com apenas 2,9% de sua capacidade plena. Três Marias tem somente 9,9% do que pode armazenar.

“O importante dessa resolução é que o sistema do Rio São Francisco voltará a ter segurança hídrica”, diz Joaquim Gondin, superintendente de operações da ANA.

Restrições hídricas do São Francisco

Pelas regras atuais, a liberação mínima de água de Sobradinho era de 1.300 metros cúbicos por segundo (m³/s), mas há anos essa vazão vinha ocorrendo em volumes muito menores, em caráter de exceção, por conta das restrições hídricas do São Francisco. Atualmente, está em apenas 500 m³/s.

De acordo com as novas regras, haverá faixas de liberação de água. A geração de energia terá liberdade de administrar as vazões das represas quando os reservatórios estiverem com mais de 60% de suas capacidades. Abaixo desse nível, porém, não poderão verter mais de 1.000 m³/s através de suas turbinas. E, se esse volume ficar ainda mais baixo, entre 20% e 30%, quem manda é a ANA.

Maior reservatório do Brasil em área alagada, o lago de Sobradinho, na Bahia, chegou a ter apenas 1% de sua capacidade no ano passado. Estava prestes a registrar as mesmas condições neste ano, mas imposições mais restritivas de uso de água acabaram evitando que chegasse ao seu volume morto.

O reservatório de 4.214 quilômetros quadrados, equivalente a quase três vezes o de Itaipu, atravessa seu pior período desde que foi formado, em 1980.

Há meses, o ONS já tem atuado como coadjuvante na administração do rio, por conta de suas condições alarmantes. O rio, que há anos espera um projeto de revitalização que efetivamente lhe devolva condições mínimas de sobrevivência, sofre com a degradação ambiental e o uso predatório da água ao longo de seu curso.

Fonte: Estadão.

ÚLTIMAS NOTÍCIAS:

CATEGORIAS

Confira abaixo os principais artigos da semana

Abastecimento de Água

Análise de Água

Aquecimento global

Bacias Hidrográficas

Biochemie

Biocombustíveis

Bioenergia

Bioquímica

Caldeira

Desmineralização e Dessalinização

Dessalinização

Drenagem Urbana

E-book

Energia

Energias Renováveis

Equipamentos

Hidrografia / Hidrologia

Legislação

Material Hidráulico e Sistemas de Recalque

Meio Ambiente

Membranas Filtrantes

Metodologias de Análises

Microplásticos

Mineração

Mudanças climáticas

Osmose Reversa

Outros

Peneiramento

Projeto e Consultoria

Reciclagem

Recursos Hídricos

Resíduos Industriais

Resíduos Sólidos

Reúso de Água

Reúso de Efluentes

Saneamento

Sustentabilidade

Tecnologia

Tratamento de Água

Tratamento de Águas Residuais Tratamento de águas residuais

Tratamento de Chorume

Tratamento de Efluentes

Tratamento de Esgoto

Tratamento de lixiviado

Zeólitas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS