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Crise da água: Rio pode ter falta de abastecimento até terça

A operação na estação do Guandu foi retomada pela Cedae na manhã de domingo (7), no entanto, a normalização pode levar até 48 horas

 

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Imagem Ilustrativa

 

Após uma interrupção para tentar solucionar a crise que afeta o sistema de distribuição de água na região metropolitana do Rio de Janeiro, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Guandu foi religada no domingo (7) pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), estatal vinculada ao governo estadual que responde pelo serviço. A situação decorre da alteração do gosto e do sabor da água que chega na torneira dos moradores de diversos bairros.

A operação da estação foi interrompida às 18h de sábado (6) e retomada às 5h da manhã de domingo (7). Segundo a Cedae, trata-se de um plano de contingência.

“A ação consiste na abertura das comportas para o escoamento com maior volume e velocidade, renovando parcialmente a água da lagoa”, informou.

Por conta a suspensão temporária do funcionamento da Estação Guandu, a Cedae alertou que pode haver desabastecimento em áreas de ponta do sistema e recomendou que sejam adiadas tarefas não essenciais que exijam grande consumo de água. A normalização pode levar até 48 horas e um esquema especial foi montado pela estatal para atender hospitais e outros serviços essenciais com carros-pipa, caso haja necessidade.

De acordo com a companhia, a crise é causada pelo aumento da proliferação de algas e cianobactérias nos mananciais que desaguam na Estação Guandu, as quais seriam responsáveis por liberar substâncias como a geosmina e o 2-metilisoborneol (2-MIB), que conferem à água um cheiro e um sabor de terra molhada. Há duas semanas, quando o problema teve início, o governador em exercício, Cláudio Castro, realizou uma reunião de emergência com técnicos da Cedae para cobrar explicações.


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Análise da concentração de geosmina

Em comunicado divulgado no sábado (6), a Cedae afirmou que as concentrações de geosmina e 2-MIB na água tratada estavam baixas, mas reconheceu que a quantidade de algas na lagoa próxima à estação de tratamento vinha crescendo nos últimos dias. “Três fatores levam à proliferação de algas nos mananciais: água parada, presença de nutrientes e luz solar. O fenômeno ocorre com maior frequência no verão, exigindo medidas preventivas para manutenção da qualidade da água que sai das estações de tratamento”, disse a estatal.

Segundo a Cedae, o consumo de água com geosmina e 2-MIB não traz risco à saúde dos consumidores. Situação similar já havia ocorrido no início do ano passado, quando o problema demorou mais de um mês para ser solucionado. Na ocasião, a Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico do estado (Agenersa) aplicou uma multa de R$ 5,7 milhões na Cedae.

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