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Projeto novo Rio Pinheiros para desassoreamento e limpeza do curso d’água

O Governador de São Paulo, João Doria e o Secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, apresentaram na sexta-feira (11), em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, a próxima etapa do projeto Novo Rio Pinheiros para desassoreamento e limpeza do curso d’água, na capital paulista.

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O material retirado do rio por meio de plataformas flutuantes equipadas com escavadeiras, recolherão os sedimentos e os depositarão em barcaças para serem transportadas até à margem. Posteriormente, os caminhões levarão até um ponto de secagem em Carapicuíba, na região metropolitana.

Segundo o governador as empresas responsáveis já foram selecionadas para o desassoreamento e desaterro de 1,2 milhão de metros cúbicos de detritos, no período de um ano, ao custo de R$ 70 milhões. Desde 2014, essa ação retirou por volta de 500 mil metros cúbicos de sedimentos do fundo do rio Pinheiros. Também será possível afastar o mau odor e possibilitar o retorno de peixes que necessitam de menos oxigênio. Comentou que o Pinheiros seria o Porto Madero, uma zona de docas requalificadas, em Buenos Aires, na Argentina.  “Os rios Tâmisa, em Londres, e Sena, em Paris, não são utilizados para banho ou consumo de água, mas são considerados limpos”.

O governador, contudo, considera a ação como uma nova fase do processo de limpeza definitiva do Pinheiros, prometida na campanha e cumprida até 2022. De acordo com o secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente, Marcos Penido, outras ações serão anunciadas em 2019, como a contratação de obras de interligação de redes de esgoto da zona sul da capital com as redes de tratamento da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Sobre a eutrofização (proliferação de algas, que diminui a taxa de oxigênio na água), Penido frisou que ainda não é uma preocupação do governo estadual. Porém estuda também projetos de aeração como solução para esse efeito.

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Fonte: Relatório Qualidade das Águas Superficiais no Estado de São Paulo 2014 / Cetesb

Atualmente, o rio Pinheiros possui um índice de DBO (demanda bioquímica de oxigênio) entre 60mg/L a 75mg/L de água. A água pura possui um DBO de 10 mg/L. Esse índice serve para medir a quantidade de oxigênio que o rio precisa para estabilizar sua carga orgânica. Segundo Marcos Penido, a meta é baixar essa taxa para 30mg/L.

A Emae (Empresa Metropolitana de Águas e Energia) faz parte do projeto de despoluição e diz pesquisar maneiras de filtrar a entrada de resíduos pela calha do Pinheiros. A companhia, entretanto, ainda não possui uma solução para o problema e afirma estar estudando tecnologias do exterior.

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Teste com os Ecoboats, barcos coletores de resíduos flutuantes, no Rio Pinheiros (Imagem: Portal do Governo)

A Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) vai intensificar os pontos de monitoramento no rio Pinheiros e nos principais afluentes para verificar os sedimentos (carbono orgânico total, nitrogênio amoniacal e fósforo total) e a qualidade da água (oxigênio dissolvido, pH, temperatura, condutividade, DBO, fósforo, turbidez, sólidos totais e suspensos).

Ao longo do processo, o Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica) emitirá outorgas para ampliação de sistemas de interceptores e emissários de esgotos para estações de tratamento, fundamental para a despoluição do rio Pinheiros.

Caberá ao Daee emitir também as outorgas necessárias para obras e serviços que impliquem em interferências no curso do rio, como a implantação de pontos de atracagem para barcos e implantação de novos sistemas de telemetria e vazões afluentes.

O governador comunicou ainda que propostas para a despoluição do Tietê, outro compromisso de campanha, estão sendo organizadas, mas que o trabalho não seria realizado em menos de oito anos.

Acesse na íntegra a: Coletiva de imprensa – Recuperação do Rio Pinheiros

Gheorge Patrick Iwaki

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