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Resposta à escassez hídrica está a ser desajustada, alerta associação

Plataforma Água Sustentável considera que as autoridades estão a responder à escassez de água com medidas desajustadas, manifestando-se contra a dessalinizadora ou a captação de água no Guadiana

As autoridades oficiais estão a responder à escassez de água com medidas desajustadas aos objetivos das políticas ambientais, alertou esta quarta-feira a Plataforma Água Sustentável, manifestando-se contra soluções como a dessalinizadora ou a captação de água no Guadiana.

A Plataforma Água Sustentável (PAS), organização que agrupa mais de uma dezena de associações de defesa do ambiente e do património natural, advertiu sobre a falta de resposta institucional atempada ao problema da escassez hídrica, “sobretudo no Algarve“, e apontou alternativas como a adaptação de culturas agrícolas aos recursos existentes ou a prestação de informação a turistas sobre o estado dos recursos hídricos.

“É com grande apreensão que a PAS vê serem adotadas medidas desajustadas, suportadas por políticas de investimento público e privado, que não se ajustam às orientações e objetivos das políticas ambientais”, posicionou-se a PAS num comunicado.

A mesma fonte criticou a “estratégia oficial” para responder à escassez hídrica, considerando que a estação de dessalinização prevista para o Algarve “não produzirá mais do que oito milhões de metros cúbicos, ou seja, menos de 10% dos consumos urbanos da região (80,3 milhões)”.

Segundo a Plataforma, esta solução comporta “um custo elevado para obter água” e “tem acoplada uma discriminação social” por se destinar ao consumo urbano, reservando a água de barragens, mais barata, à agricultura.

“O Estado também tem sugerido a construção de novas barragens e a solução de captação de água no Guadiana, contudo, estas propostas entram em contradição com a Diretiva Quadro da Água, Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC), Plano Nacional da Água (PNA) e Avaliação Nacional de Risco, porque têm fortes impactos, entre eles a diminuição do caudal dos rios, com impactos no local de captação e nos ecossistemas a jusante”, considerou a PAS.

A Plataforma mostrou-se também crítica quanto a um alargamento das áreas de regadio no Alentejo e no Algarve, que está prevista no estudo Regadio 2030, perante a escassez de água que se faz sentir nestas regiões.

“A diversificação das origens de água deverá ser feita através do recurso às águas fluviais e residuais tratadas“, defende, acrescentando discordar da construção da central de dessalinização, da captação de água no Guadiana ou da construção de barragens, porque, além dos impactes ambientais, a evaporação e diminuição da pluviosidade tornará o volume de água a armazenar cada vez menor.

Em alternativa, a PAS propõe soluções “prioritárias” como a “conservação do solo para otimizar a retenção de água pluviais”, a “reflorestação com espécies autóctones, diversificadas e resilientes”, o “restauro e reabilitação de linhas de água” ou o “aproveitamento de água de escoamento superficial, executando retenções de água para abastecimento de pequenos regadios a jusante”.


 

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É também necessário fazer o “controlo e gestão de cheias, particularmente nas zonas urbanas do litoral”, promover a “captação e armazenamento de águas pluviais nos edifícios” e a criação de açoteias e cisternas que são “ainda tradição no Algarve”, aumentar a “utilização de águas residuais tratadas” para regar campos de golfe ou espaços verdes e combater as perdas nas redes urbanas e de regadio, apontou.

Entre as medidas defendidas pela PAS estão também a “adequação das culturas agrícolas aos recursos hídricos existentes e às características climáticas de cada zona, prevenindo a escassez futura” ou a prestação de “informação rigorosa, acessível e atempada aos habitantes e aos turistas, sobre a monitorização e o estado dos recursos hídricos, assim como a gestão e o uso da água no Algarve e no país”.

“A resolução da situação atual não é simples, pois serão necessárias medidas de curto prazo de cariz urgente e medidas de longo prazo, mas não será encontrada com grandes obras de construção civil que aumentam a pegada ecológica agravando, consequentemente, a consumo de água, a desflorestação e a poluição do mar, o que, por sua vez, desequilibra ainda mais o clima”, concluiu a Plataforma Água Sustentável.

Fonte: Capital Verde


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