Na Década dos Oceanos, precisamos fazer nossa parte na construção de uma cultura oceânica global
É a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável.
Estamos oficialmente na Década dos Oceanos. Entre os anos de 2021 e 2030, países do mundo inteiro estão reunindo esforços para colocar em prática ações que realcem a importância do oceano para a sociedade e contribuam com a saúde do ambiente costeiro-marinho – é a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável.
Em dezembro de 2020, um novo relatório foi publicado pelo Painel de Alto Nível para a Economia Sustentável do Oceano e mostra que, quando bem conservado, o oceano tem potencial para ajudar com a geração de 40 vezes mais energia renovável até 2050 e ser diretamente responsável pela criação de 12 milhões de empregos até 2030.
“O oceano tem um importante papel no controle das mudanças do clima, seja em razão de sua capacidade de assimilar gás carbônico ou por meio da produção de energia limpa (ondas, ventos, marés e gradientes térmicos e de salinidade), que ainda é pouco explorada de maneira geral”, afirma o professor da Universidade de São Paulo (USP) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Alexander Turra.
De acordo com o Alexander, responsável pela Cátedra Unesco para a Sustentabilidade do Oceano, embora muitas ações de proteção possam e devam ser feitas em nível global, uma vez que existe um único oceano que conecta todos os continentes, outras medidas podem ser feitas em nível local, a partir de boas ações realizadas por qualquer pessoa.
Quer fazer a sua parte? Veja como!
01. Descarte corretamente seus resíduos
Um simples papel de bala jogado na rua pode chegar até o oceano em algum momento, de alguma forma. Portanto, é importante que as pessoas façam o descarte adequado do lixo, evitando que materiais como o plástico – que demora séculos para se degradar – parem no oceano e, consequentemente, coloquem em risco a vida dos organismos marinhos.
Uma garrafa plástica que é jogada no chão de uma cidade sem praias, pode ser levada pela água da chuva para um rio que vai leva-la ao oceano.
Reduzir o consumo em excesso ou optar por embalagens retornáveis são medidas que também fazem a diferença.
02. Voluntariado
Uma atitude eficaz e ao alcance de todos é o voluntariado. Seja em mutirões de limpeza de praias ou em projetos de conservação da biodiversidade marinha, qualquer pessoa pode contribuir para fazer do oceano um ambiente mais saudável – seja com trabalho e atuação presencial voluntária ou por meio de doações para instituições que têm projetos de conservação e limpeza da costa e do mar ou que preservam espécies marinhas.
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03. Compartilhe informação
Em 2020, foram realizadas oficinas em todas as regiões do país para a cocriação do Plano Nacional de Implementação da Década do Oceano no Brasil. O maior problema identificado pelos especialistas foi o acesso às informações oceânicas. De acordo com os participantes das oficinas, é preciso criar um sistema único e aberto de acesso a dados relacionados à situação do oceano.
“Mesmo que ainda seja preciso avançar na criação de um banco de dados integrado, já existem informações disponíveis que podem ser aproveitadas pela sociedade. Compartilhar e propagar dados e mensagens propositivos com amigos e familiares faz com que as pessoas valorizem o oceano e ajuda a criar uma cultura oceânica no país”,sugere Emerson Oliveira, coordenador de Projetos Ambientais da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.
04. Consumo consciente de pescado
O Brasil está entre os países que consomem pescados de forma não sustentável, ou seja, não preservando os limites impostos pela natureza. É alto no país o índice de sobrepesca e pesca ilegal, além da falta de produtos certificados.
Os consumidores, por sua vez, podem priorizar a compra do pescado com certificação e não comprar determinado pescado em épocas em que sua pesca é proibida. Também é possível verificar na hora da compra, se o tamanho mínimo da espécie para venda foi respeitado durante a captura.
Esse tipo de atitude contribui com o desenvolvimento das espécies e para que a atividade pesqueira se torne mais sustentável.
FONTE: CICLOVIVO