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Como concreto e plástico podem reduzir emissões de CO2

Como concreto e plástico podem reduzir emissões de CO2

Emissões de CO2

Tecnologias sustentáveis transformam resíduos em soluções, promovendo a economia circular e reduzindo emissões globais.

Materiais de construção, como concreto e plástico, podem armazenar bilhões de toneladas de dióxido de carbono, aponta um novo estudo conduzido por engenheiros civis e cientistas de sistemas terrestres da Universidade da Califórnia e da Universidade de Stanford.

Publicado neste mês na revista Science, o trabalho mostra que, combinando essa abordagem com medidas para descarbonizar a economia, o armazenamento de CO₂ em materiais de construção pode ajudar a alcançar as metas globais de redução de emissões de gases de efeito estufa.

“O potencial é bastante significativo”, destacou Elisabeth Van Roijen, que liderou o estudo enquanto fazia seu doutorado na UC Davis.

Segundo a pesquisadora, integrar o armazenamento de carbono a materiais comuns, como concreto, não apenas ajuda o meio ambiente, mas também oferece oportunidades econômicas ao agregar valor a subprodutos como biomassa e resíduos industriais.

Armazenamento de carbono como solução sustentável

A captura e o armazenamento de carbono (CCS) tem como principal objetivo remover dióxido de carbono da atmosfera ou de fontes emissoras, transformando-o em uma forma estável que não possa retornar ao ciclo climático. A ideia é evitar que o CO₂ contribua para o aquecimento global, armazenando-o em locais onde seu impacto seja neutralizado.

Métodos tradicionais de CCS incluem a injeção de carbono em reservatórios subterrâneos ou em áreas profundas do oceano. Embora esses métodos tenham potencial, eles apresentam desafios significativos, como os altos custos de operação e manutenção, além da complexidade logística de transportar e armazenar o carbono em larga escala.

Além disso, existem riscos ambientais associados a essas abordagens. Vazamentos em reservatórios subterrâneos, por exemplo, podem liberar novamente o carbono armazenado, enquanto o armazenamento oceânico pode levar à acidificação das águas, prejudicando a vida marinha. Esses fatores tornam essas soluções menos atraentes para adoção em larga escala.

Inovações em construção para um futuro sustentável

As estratégias para armazenar carbono em materiais de construção incluem desde a incorporação de biochar, produzido a partir do aquecimento de biomassa residual, até o uso de rochas artificiais carregadas com carbono. Plásticos baseados em biomassa, em vez de fontes fósseis, e a inclusão de fibras de biomassa em tijolos também estão entre as opções exploradas pelos pesquisadores.

Embora algumas dessas tecnologias ainda estejam em fase de teste ou desenvolvimento, outras já podem ser aplicadas em larga escala. O uso de agregados carbonatados no concreto é particularmente promissor, devido à escala massiva de sua produção global, que ultrapassa 20 bilhões de toneladas por ano.

Além de oferecer benefícios ambientais, essas soluções utilizam resíduos de biomassa e outros subprodutos de baixo valor, promovendo uma economia mais sustentável e circular. Conforme apontado pelos pesquisadores, a adoção dessas tecnologias pode agregar valor econômico a materiais descartados, ao mesmo tempo em que contribui para reduzir emissões de carbono.

Fonte: Olhar Digital


 

 

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