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“Não é ficção científica”: mundo tem como cortar em 80% uso de combustível fóssil até 2030, diz especialista

O que Jacobson e outros especialistas entrevistados pela revista Fast Company argumentam é que, com vontade política e financiamento similar à de uma guerra mundial, o mundo poderia abandonar o uso de combustíveis fósseis em um espaço de 10 a 15 anos. A Agência Internacional de Energia prevê que o pico no consumo deste tipo de energia se dê antes do fim desta década, iniciando o “começo do fim” da era do petróleo.

“Não é mais um caso de ficção científica”, afirma Ryan Panchadsaram, consultor de capital de risco e coautor do livro “Speed and Scale: An Action Plan for Solving Our Climate Crisis Now (Velocidade e Escala: Um Plano de Ação para Resolver a Crise Climática Agora, em tradução livre)”. “Se todos nós nos dispuséssemos a isso, poderíamos fazê-lo? A resposta é absolutamente sim.”

Entre alguns exemplos de inovação e aceleração, há em plena operação um navio de carga movido a etanol da gigante logística Maersk, siderúrgicas começando a usar hidrogênio verde para a fundição de aço, e startups buscando soluções para a produção de cimento e petroquímicos como o sabão para roupas, sem o uso de combustíveis fósseis.

Mas voltando ao mundo real, por que, então, tudo vem caminhando devagar, com críticas constantes da ONU em relação ao desempenho das nações em mudar suas matrizes energéticas? A resposta é: siga o petróleo.

Companhias que têm seus corebusiness atrelados à extração do “ouro negro” vêm usando todo seu poder financeiro para retardar a mudança para uma base elétrica de energia, avalia Panchadsaram.

“O que realmente nos impede [de abandonar os combustíveis fósseis] é que as empresas de petróleo e gás não estão se reinventando como empresas de energia. Enquanto isso acontecer, haverá um motivo financeiro muito forte para prolongar a transição energética [para electricidade].”

No Hemisfério Norte, exemplo disso seriam a pausa, no caso canadense, em conceder novas licenças para o crescimento da geração de energia solar, enquanto nos Estados Unidos, mesmo com o plano trilionário do presidente Biden, a lentidão em emitir as permissões necessárias faz com que os objetivos para 2030 fiquem mais distantes a cada dia.

No Brasil, apesar do contínuo crescimento, a produção de energia de fonte solar abastece cerca de 3% das unidades consumidoras do país.

Ao descumprir o Acordo de Paris, ultrapassando o limite de 1,5°C de aumento da temperatura média do planeta até 2050, a tarefa de reduzir as emissões, evitar temperaturas mais elevadas e, em última análise, reduzir a temperatura global, ficará ainda mais difícil, então, por que não agora?

“A cada aumento do aquecimento, os impactos das alterações climáticas pioram, mais pessoas são afetadas, mais ecossistemas são afetados”, afirma Max Holmes, presidente do Woodwell Climate Research Center, instituição americana focada em soluções para o clima.

Fonte: UM SÓ PLANETA


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