A Bolívia se destaca por sua diversidade geográfica e cultural. No entanto, essa nação enfrenta desafios significativos em termos de manejo de recursos hídricos
Apesar de contar com abundantes fontes, a Bolívia experimenta uma distribuição desigual da água, refletindo uma marcada disparidade entre zonas urbanas e rurais.
Em termos de água doce, a Bolívia é um dos países mais ricos da região. Tem uma capacidade de água doce de aproximadamente 50.000 m³/hab/ano. No entanto, o desenvolvimento limitado em infraestruturas e a distribuição desigual dos recursos não permitem aproveitar todo o potencial hídrico. Além disso, são frequentes os episódios de seca e inundações. A Bolívia conta com uma precipitação média anual de 1.146 mm, que se traduz em um aporte de 1.259 km³ de água doce por ano. Assim, seus recursos hídricos internos renováveis (sustentáveis mediante o ciclo da água) são estimados em 303,5 km³/ano.
A Nova Constituição do Estado Plurinacional da Bolívia de 2009 determinou que a água potável e a rede de esgoto eram direitos básicos aos quais a população deveria ter acesso universal. A Carta Magna também condenou a privatização desta atividade, sendo, portanto, o Governo o encarregado de zelar por sua prestação. Como complemento, a Agenda Patriótica 2025 (roteiro oficial que fixa metas a serem alcançadas para o período previsto) estabelece entre seus objetivos que 100% dos bolivianos contem com serviços de água potável e esgoto básico.
Segundo dados da Unicef e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, aproximadamente 86% dos bolivianos têm acesso a água potável e 59% a sistemas de saneamento. No entanto, nas áreas rurais, esses números caem drasticamente: apenas 67% dos habitantes rurais têm acesso a água potável e apenas 43% dispõem de serviços de saneamento básico.
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