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Sem as águas da transposição, Boqueirão/PB está perdendo 1 centímetro de água por dia

Sem as águas da transposição do Rio São Francisco, o açude Epitácio Pessoa em Boqueirão vem perdendo 1 cm de água a cada dia.

boqueirao

As águas da transposição foram suspensas para a realização de uma obra nos açudes de Poções, em Monteiro, e Camalaú, na cidade de mesmo nome.

O problema é que, sem as águas do São Francisco e a falta de chuvas, o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, está perdendo um centímetro da reserva a cada dia.

Obras adiadas

O presidente da Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa), João Fernandes, ressaltou em entrevista a Rádio Campina FM, que as obras deveriam ter começado em Poções, no dia 2 de abril, mas foram adiadas para maio, só que até agora não foram iniciadas.

– Lamentavelmente as construtoras parece que estão criando problemas com o Dnocs. Elas teriam que fazer o serviço na barragem de Poções a partir de 2 de abril, foi adiado para 2 de maio, só que até agora não foram iniciadas. Em Camalaú, a construtora tampou o rasgo que foi feito e a obra está sendo executada com certa regularidade, mas em Poções está tudo parado. O prazo para a finalização das obras é de quatro meses – disse.

As obras, segundo João Fernandes, estão atrasadas em 30 dias e desde o dia 18 de maio, as águas da transposição estão sem chegar à Paraíba.

Escoamento mais rápido

Ele criticou a construtora que tem colocado impedimentos para fazer o conserto do rasgo do açude de Poções, feito para a água escoar mais rápido quando a transposição chegou.

– A empresa não quer fazer o barramento para tapar um rasgo de 7 a 8 metros. Eles têm material e equipamento para fazer, isso é capricho da construtora, que não quer cumprir o contrato com o Dnocs e o Ministério da Integração – disse.

O Ministério Público da Paraíba (MPPB) vai inspecionar o canteiro de obras no açude de Poções, em Monteiro, a partir das 9h desta terça-feira (15).

A visita técnica deve contar com a participação de representantes do Ministério da Integração, da Agência Estadual de Gestão das Águas (Aesa) e do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs).

Redução do volume

Segundo o procurador de Justiça Francisco Sagres, que integra o Comitê de Gestão de Recursos Hídricos do MPPB, o objetivo da visita é verificar se a redução do volume do açude pedida pela empresa responsável pela obra está sendo suficiente para que o serviço seja executado. O Comitê deverá elaborar um relatório de vistoria.

“Se a redução for suficiente para resolver, tudo bem, mas eu entendo que não, porque do jeito que o açude está soltando água, também está recebendo, porque está chovendo na região de Monteiro. A não ser que se tire além do que está entrando. O correto é que seja feita uma ensecadeira na entrada do canal e aí faz a comporta e, depois, fecha a comporta para fazer a obra no açude pelo tempo que quiser”, disse o procurador.

Colapso hídrico

Na última quarta-feira, os procuradores de Justiça Francisco Sagres e Álvaro Gadelha se reuniram com o presidente da Aesa, João Fernandes, para acertarem os detalhes sobre a redução do nível da água no açude Poções para que a empreiteira fizesse a recuperação do rasgo feito, no ano passado, no reservatório para que a água pudesse chegar a Boqueirão, tirando Campina Grande e região do colapso hídrico.

Desde o mês passado, está suspenso o bombeamento das águas para a realização de obras de recuperação, tanto em Poções, quanto em Camalaú, que apresentavam riscos de rompimento. Os dois açudes estão no caminho das águas do eixo leste da transposição. O MPPB acompanha e fiscaliza as obras de transposição do Rio São Francisco, na Paraíba, desde 2014.

Fonte: PBAgora.

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