O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) e a Prefeitura Municipal de Maringá assinaram a escritura do terreno de 95,5 mil metros quadrados onde será implantando o Parque Biotecnológico da Saúde do instituto na cidade. Além da escritura, foi assinado também o protocolo de intenções para que o processo licitatório da construção do empreendimento seja iniciado em breve.
A escritura do terreno foi assinada nesta quinta-feira (10) entre o diretor-presidente do Tecpar, Júlio C. Felix, e o prefeito de Maringá, Ulisses Maia, na sede da prefeitura municipal. Em um primeiro momento, o Tecpar vai construir uma fábrica de finalização de medicamentos e vacinas, que dará suporte à produção da vacina antirrábica, já produzida pelo instituto, e aos demais medicamentos biológicos que serão produzidos.
A unidade de fill and finish tem como objetivo realizar a formulação, envase, embalagem e armazenamento de medicamentos injetáveis produzidos pelo instituto. Nos próximos anos, novas plantas biológicas serão instaladas no local. O Parque Biotecnológico do Tecpar vai ocupar dois terrenos cedidos pela Prefeitura, em substituição à área que já havia sido doada em 2013 pelo Poder Executivo municipal. A troca se deu para melhor se adequar aos novos projetos do instituto. O novo terreno é constituído pelas quadras 18 e 19, ambas localizadas na quarta parte da zona fiscal 61 do Parque Industrial Cidade de Maringá, com áreas respectivas de 51,3 mil metros quadrados e 44,1 mil m².
O diretor-presidente do Tecpar ressaltou que a assinatura da escritura vai descentralizar ainda mais a atuação do instituto e transformar Maringá em um polo farmacêutico biotecnológico. “Estamos na cidade há quase 30 anos e pretendemos reforçar ainda mais os laços com o município. O parque vai gerar empregos e absorver mão de obra qualificada na área da saúde”, ressalta.
O prefeito destacou que o momento representa a celebração de um processo de transformação que o município atravessa na área da inovação, da ciência e da tecnologia. “Esse esforço foi feito pelo Poder Executivo e pela Câmara Municipal para garantir que sejam gerados empregos qualificados em Maringá e que a cidade continue se desenvolvendo”, justifica Maia.
Produção de biológicos
O Tecpar se tornou responsável por fornecer novos medicamentos ao Ministério da Saúde após publicação do órgão no Diário Oficial da União, no dia 4 de agosto de 2017. Um dos produtos que serão fabricados em Maringá é o Trastuzumabe, medicamento usado para o tratamento do câncer e que hoje é importado pelo Brasil. O acordo para a transferência de tecnologia foi assinado no início de agosto pelo governador Beto Richa, o ministro da Saúde, Ricardo Barros, e o secretário de Estado de Ciência e Tecnologia, João Carlos Gomes, com o laboratório Roche e a empresa brasileira Axis Biotec.
O acordo de transferência de tecnologia é uma das etapas do programa de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), do Ministério da Saúde. O programa visa fortalecer a indústria farmoquímica nacional e estimular a produção no Brasil de medicamentos distribuídos no SUS.
A empresa detentora da patente do Trastuzumabe é a suíça Roche, maior companhia de medicamentos do mundo. No acordo assinado, o laboratório suíço transferiu a tecnologia para o Tecpar e para a Axis Biotec, empresa brasileira privada que possui a exclusividade para a transferência do medicamento em território nacional e é parceira do Tecpar.
Novos medicamentos
O Tecpar foi aprovado junto ao Ministério da Saúde, conforme Diário Oficial da União, para fornecer outros quatro produtos biológicos estratégicos para o SUS, que até então eram importados: Infliximabe, Rituximabe, Adalimumabe e Bevacizumabe.
Ainda em julho, o Tecpar submeteu no Ministério da Saúde sete novos projetos de Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP) para concorrer à Portaria 704/17, que apresenta a lista de novos produtos estratégicos para o SUS. Dos sete projetos, três são de biológicos, três de medicamentos sintéticos e um de hemoderivados.
O Tecpar atua agora na entrega de projetos de Encomenda Tecnológica, ferramenta do Complexo Econômico Industrial da Saúde para realizar atividades de desenvolvimento de produtos que envolvam risco tecnológico ou para a entrada de inovação tecnológica no SUS. Os projetos em estudo são de plataformas viral, de vacina e de biológicos inovadores para o tratamento de câncer (em complementaridade aos demais projetos de biológicos já entregues).
Fonte: Assessoria de Comunicação
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