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Saneamento básico do ABC Paulista apresenta melhora nos índices

 Apenas São Caetano tem os serviços de coleta e tratamento de esgoto universalizados, segundo levantamento

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A coleta e o tratamento de esgoto, fundamentais para a garantia de saneamento básico adequado, têm apresentado melhora na região, como mostra levantamento da Abes (Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental), divulgado quarta feira (13).

Os dados de saneamento foram obtidos do Snis (Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento) com referência ao ano de 2016, por conta da defasagem de dois anos entre a coleta dos dados e a divulgação pelo Ministério das Cidades.

Entre as sete cidades, apenas São Caetano foi definida como “rumo à universalização”, por ter 100% de esgoto coletado e tratado. Na categoria “compromisso com a universalização”, foram citadas Santo André e Mauá. Já no patamar “empenho para a universalização” estão São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Tratamento e coleta de esgoto

Segundo o levantamento da Abes, em Santo André a cobertura no tratamento de esgoto passou de 31,7% para 52,8%. O Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André), porém, diz que em razão de o Snis ter fórmulas próprias para calcular seus índices, o percentual atual é outro: 47%, com expectativa de chegar a 49% até meados de 2019. “Para isso, atualmente o Semasa investe R$ 15 milhões na implantação de novas redes coletoras e interligações de coletores-tronco, que vão beneficiar diversos bairros, entre eles Recreio da Borda do Campo, Valparaíso e Santa Terezinha”, fala a autarquia. A universalização é projetada até 2021.

Também de acordo com o levantamento, Mauá avançou no tratamento, de 66,3% para 84,3%. No entanto, assim como o Semasa, o cálculo atual, feito pela concessionária BRK Ambiental aponta que a cobertura está em 70%. “A Estação de Tratamento de Esgoto de Mauá trata mais de 50 milhões de litros de esgoto por dia”, salienta a prestadora do serviço. “A Prefeitura conduz a revisão do Plano Municipal de Saneamento e a concessionária participa com todas as informações relevantes, pois deste plano serão definidas as metas de avanço até que se atinja a universalização”, completa.

Nas cidades operadas pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), o levantamento aponta que o tratamento de esgoto em São Bernardo passou de 23,5% para 34,1%; em Diadema, de 22,4% para 27,4%, e Ribeirão Pires, de 44,1% para 55,8%. Em Rio Grande da Serra, o levantamento da Abes, em 2015, não envolveu a cidade, por focar em municípios com mais de 100 mil habitantes. Em 2016, a cobertura de tratamento era de 59,6%.

Segundo a Sabesp, atualmente os números elevaram, com 47% em São Bernardo; 48% em Diadema; 70% em Ribeirão Pires e 85% em Rio Grande da Serra.

A Sabesp ressalta duas recentes ações para aumentar os índices: as obras do Programa Pró-Billings, em São Bernardo, que tiveram início em janeiro e levarão o esgoto de mais 250 mil moradores; e a autorização de licitação, dada na terça-feira pelo governo estadual, para ampliação de redes de esgoto e construção de estações de bombeamento, que beneficiará mais 5.200 munícipes de Rio Grande da Serra, o equivalente a cerca de 10% da população da cidade.

Para especialista, falta gestão para acelerar universalização

Garantir a toda a população o acesso ao saneamento adequado depende de “gestão eficiente”, na visão do professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da Universidade Metodista de São Paulo Carlos Henrique Andrade de Oliveira.

“Durante muitos anos houve o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para a área e isso não se concretizou. É um problema de gestão, porque se juntar eficácia e eficiência, o resultado é a efetividade”, salienta o especialista.

Ele ressalta que, se houvesse gestores preocupados com o saneamento e a saúde que a oferta do serviço proporciona, teria planejamento adequado para atingir a universalização, prevista na Lei de Saneamento Básico (11.445/07), em vigor há 11 anos. “Já passou uma década e não sai deste patamar ou vai aumentando muito lentamente para atingir os resultados”, fala Oliveira.

O professor frisa que, ao pegar os indicadores socioeconômicos do Grande ABC e cruzá-los com os índices de cobertura de saneamento, constata-se que “estamos muito ruins”. “A Região Metropolitana de São Paulo, onde o Grande ABC está, teria capacidade de ter serviços de primeiro mundo pela riqueza que gera e pelos impostos que arrecada.”

Fonte: Diário do grande ABC

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