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Água da represa Billings é mais poluída do que se imaginava, aponta estudo

Pesquisa inédita achou 12 novos grupos de bactérias no fundo de reservatório, que abastece mais de 1,5 milhão de pessoas em SP

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Vista aérea da região da represa Billings, em São Paulo. A imagem foi feita em dezembro de 2005 (Foto: SEBASTIÃO MOREIRA/ESTADÃO CONTEÚDO/ARQUIVO)

Estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, na região do ABC, aponta que a água do fundo da Represa Billings é mais poluída do que se imaginava. O reservatório abastece mais de 1,5 milhão de pessoas da Zona Sul da cidade de São Paulo e da região do ABC.

É a primeira vez que um estudo é feito com amostras de sujeira sedimentada há anos no reservatório. O levantamento descobriu 12 novos grupos de bactérias que até então não se sabia que estavam presentes na represa.

Os pesquisadores navegaram 466 quilômetros durante 7 semanas e coletaram mais de 200 amostras de água. Praticamente um terço dessas amostras são do lodo presente no fundo.

Lixo e restos de animais

Um dos moradores da margem da represa, no Jardim Apura, em Diadema, diz que convive há 10 anos no local com lixo, restos de animais e um cheiro insuportável.

Segundo a pesquisadora Marta Marcondes, muitas destas bactérias foram encontradas em locais onde a qualidade da água da superfície é considerada regular ou até mesmo boa. “Se essa água do fundo vier à tona por conta de uma obra, por exemplo, isso por ser uma grande ameaça”, diz a pesquisadora.

O maior risco é para as famílias que ocupam irregularmente as margens da Billings e bebem essa água sem tratamento algum. Segundo a Sabesp, não existe previsão para a água chegar na casa delas.

Água em poços

A solução de algumas delas é pegar água em poços, sem a certeza de que a água é potável, pois nenhum teste foi feito.

Em 2017, um estudo com 350 moradores de ocupações irregulares nas margens da Billings mostrou que mais da metade tinha infecções intestinais e doenças de pele relacionadas à água da represa.

O estudo da Universidade Municipal de São Caetano do Sul está sendo traduzido para outras línguas. Os pesquisadores devem entregar, em agosto, o relatório completo para a Cetesb, Sabesp e as prefeituras das cidades no entorno da represa.

Fonte: G1.

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