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Relatórios corporativos de emissão de carbono são inconsistentes, aponta estudo da KPMG

Termelérica a carvão. (AP Photo/Chris Carlson)

Termelérica a carvão. (AP Photo/Chris Carlson)

Os relatórios de emissão de carbono das maiores empresas do mundo são inconsistentes, o que impossibilita a comparação de desempenho de forma simples e precisa, segundo a nona edição da “Pesquisa sobre relatórios de responsabilidade corporativa” (em inglês, KPMG Survey of Corporate Responsibility Reporting), realizada pela KPMG Internacional.

Foram analisadas as informações sobre emissão de carbono divulgadas pelas 250 maiores empresas do mundo em relatórios financeiros anuais e de responsabilidade corporativa e, embora 80% das empresas discutam sobre o tema nesses documentos, o tipo e a qualidade das informações divulgadas são instáveis e geram resultados inconsistentes.

“Existe a clara necessidade de melhorias e orientações globais sobre como preparar e divulgar informações relativas à emissão de carbono. Essa iniciativa não deve ser deixada para as empresas resolverem sozinhas. Órgãos industriais, reguladores, investidores, dentre outros, têm um importante papel a desempenhar”, analisa o diretor da KPMG no Brasil responsável pela área de sustentabilidade, Ricardo Zibas.

Para exemplificar, pouco mais da metade do G250 (53%) divulga metas de redução de carbono em relatórios empresariais e dois terços deles não fornecem uma lógica que explique como essas metas foram definidas.

Os tipos de emissões divulgados nos relatórios variam consideravelmente. Embora a maioria das empresas divulguem informações sobre emissões de carbono com base nas suas próprias operações (84%) e no consumo de energia (79%), somente metade (50%) divulga dados sobre as emissões de carbono em cadeias de suprimento. Um número ainda menor (7%) inclui informações sobre as emissões decorrentes do uso e do descarte de seus produtos e serviços.

Outros resultados do relatório

• Uma de cada cinco empresas nos setores intensivos em emissões, como mineração, construção e produtos químicos, não divulga informações sobre emissão de carbono em seus relatórios financeiros anuais e de responsabilidade corporativa;

• As empresas europeias destacam-se mais na qualidade de preparação e divulgação de informações do que as empresas de outras partes do mundo;

• As companhias dos setores de transporte e lazer são as que produzem os relatórios com a mais alta qualidade por setor – as empresas de petróleo e gás, por sua vez, são as que produzem os relatórios com a qualidade mais baixa;

• Somente metade das empresas que divulgam informações sobre emissão de carbono em seus relatórios financeiros anuais e de responsabilidade corporativa explica de que maneira cortar essas emissões é um benefício para elas.

Sobre o relatório

Em sua nona edição, tendo a primeira sido publicada em 1993, a pesquisa da KPMG tem como base as informações acessíveis ao público divulgadas pelas empresas em seus relatórios de responsabilidade corporativa, financeiros e websites. Nessa edição, a amostra das 250 maiores empresas do mundo é baseada na relação de empresas da Fortune 500.

Para ter acesso ao estudo completo, acesse: www.kpmg.com/crreporting.

Colaboração de Annelize Demani, in EcoDebate

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