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Operação de fiscalização para a preservação e recuperação do São Francisco é deflagrada em Minas Gerais

As ações estão sendo desenvolvidas em Minas Gerais, nas cidades de Brasilândia de Minas, Bonfinópolis de Minas, Buritizeiro, Cabeceira Grande, Dom Bosco, Natalândia, Paracatu, Santa Fé de Minas e Unaí.

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Mais de 150 agentes públicos de 15 órgãos públicos federais e estaduais estarão em campo no período de 25 a 29 de junho para a segunda etapa de Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) na Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco em Minas Gerais.

O objetivo da FPI, que conta com o apoio fundamental do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco e da  Agência Peixe Vivo, é o de realizar um conjunto de ações para a preservação e recuperação do São Francisco, diagnosticando danos ambientais, autuando infratores e prestando orientações que, em seu conjunto, possam não só preservar o ecossistema da bacia, mas a própria saúde e segurança social das populações locais e os patrimônios natural e cultural dos municípios.

Fiscalização Preventiva Integrada

Iniciativa de caráter continuado e permanente, a primeira etapa da FPI em Minas foi realizada no ano passado em 18 municípios do norte do estado. Agora, em sua segunda etapa, a Fiscalização Preventiva Integrada abrangerá nove municípios da região noroeste do estado, situados na sub-bacia do rio Paracatu, área que corresponde a 17,64% da bacia do São Francisco em Minas Gerais, segundo dados do Portal dos Comitês do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM).

O rio Paracatu é considerado o maior afluente do Velho Chico, contribuindo com 40% da vazão desse rio no ponto de intersecção entre eles.

“Esses dados demonstram a importância de se atuar na defesa e na prevenção das condições ambientais na região. Com a FPI, somamos esforços e conhecimentos, integrando diferentes órgãos federais e estaduais, que atuam nas mais diversas áreas e competências, de modo a produzir laudos abrangentes, que possam permitir a reparação dos danos ambientais de forma integral”, explica o procurador da República Sérgio de Almeida Cipriano, responsável pela Coordenação-Geral da FPI-Minas.

Frentes de fiscalização

Vinte e cinco equipes de fiscalização estão em campo atuando nas seguintes temáticas: Agricultura e Recursos Hídricos, Extração Mineral, Fauna, Saúde e Segurança do Trabalho, Aquática, Flora, Saneamento Básico e Educação Ambiental e Sanitária

As equipes de Agricultura e Irrigação verificarão intervenções em áreas de preservação permanente, captação indevida ou não autorizada de recursos hídricos e uso, armazenagem ou comercialização irregulares de agrotóxicos.

As equipes de Extração Mineral irão analisar a regularidade dos títulos minerários, assim como a degradação ambiental proveniente dessas atividades.

Desmatamento ilegal

As equipes de Fauna fiscalizarão o tráfico de animais silvestres, cativeiro irregular e falsificação de anilhas e as de Flora, o desmatamento ilegal e intervenções irregulares em áreas de preservação permanente.

Na área de Saúde e Segurança do Trabalho, serão verificadas as condições de trabalho e observância à legislação trabalhista pelos empregadores fiscalizados.

As equipes aquáticas estão responsáveis por analisar a regularidade das autorizações das balsas e embarcações, fiscalizar a pesca predatória ou de espécies protegidas.

As equipes de Saneamento Básico irão verificar as condições das estações de tratamento de esgoto e de água, sua eficiência e o atendimento a parâmetros básicos estabelecidos na legislação federal, buscando garantir a segurança do seu consumo pela população.

Por fim, a equipe de Educação Ambiental e Sanitária visitará escolas públicas da região, para o desenvolvimento de atividades de conscientização ambiental junto a alunos das primeiras séries do Ensino Fundamental.

A FPI está sendo realizada nos municípios de Brasilândia de Minas, Bonfinópolis de Minas, Buritizeiro, Cabeceira Grande, Dom Bosco, Natalândia, Paracatu, Santa Fé de Minas e Unaí.

Reunião pública

Essa segunda etapa da FPI Minas será concluída na sexta-feira, 29 de junho, com a realização de uma reunião pública para apresentação dos resultados da fiscalização e prestação de esclarecimentos à população.

O evento será realizado a partir das 14 horas no auditório da Câmara Municipal de Paracatu, situado na Praça JK, nº 449, centro da cidade.

Sobre o São Francisco

A Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco abrange 639.219 km² de área de drenagem e vazão média de 2.850 m³/s. Com 2.700 km de extensão, o rio São Francisco é o maior rio brasileiro inteiramente nacional. Ele nasce na Serra da Canastra em Minas Gerais, escoando no sentido sul-norte pela Bahia e Pernambuco, quando altera seu curso para leste, chegando ao Oceano Atlântico na divisa entre Alagoas e Sergipe. Nesse percurso, banha 540 municípios, 240 deles em território mineiro.

Sua bacia, onde vivem mais de 15 milhões de pessoas, tem grande importância para o país, não apenas pelo volume de água transportado em uma região semi-árida, mas também pelo potencial hídrico passível de aproveitamento e por sua contribuição histórica e econômica para a região.

Ao longo dos anos, o rio São Francisco vem agonizando e esse perecimento decorre de vários fatores, entre eles, o desmatamento realizado para dar lugar a grandes projetos agropecuários, com erradicação das matas ciliares, provocando intenso assoreamento; a poluição advinda do uso indiscriminado de agrotóxicos e o uso abusivo da água, em especial por projetos de irrigação, muitas vezes sem outorga dos órgãos competentes.

A sub-bacia do Rio Paracatu, objeto da FPI, insere-se nesse cenário, com destaque para os efeitos prejudiciais causados por intenso uso das águas para irrigação e pela degradação ambiental decorrente de intensa exploração minerária.

Fonte: Paracatú News.

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