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Pesquisador moçambicano da UFRGS desenvolve nova técnica de desinfecção de água com luz solar

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Método limpa 1 litro de água em 90 segundos, enquanto técnica usual faz o mesmo processo em 6h

 

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Imagem Ilustrativa

 

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Unicef mostra que 2,2 bilhões de pessoas, ou um terço da população mundial, não têm acesso a água potável. Essa preocupação motivou o pesquisador Beni Chaúque, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a buscar uma forma barata de facilitar o consumo, principalmente entre populações mais pobres.

A técnica desenvolvida por Chaúque consiste no tratamento da água com luz solar em fluxo contínuo. O método mais usual limpa 1 litro de água a cada seis horas, utilizando garrafas PET transparentes colocadas sob o sol. Na estrutura criada pelo moçambicano, com espelhos, o tempo cai para um minuto e meio, ou seja, 240 vezes mais rápido.

Nascido em Moçambique, o cientista apresentou a ideia em um projeto de mestrado e atualmente faz doutorado no Programa de Pós-Graduação em Microbiologia Agrícola e do Ambiente da UFRGS, em Porto Alegre.

“É um conjunto de espelhos, numa configuração ótica adequada baseada em ângulos e concavidades, e um sistema de coletores de calor e de radiações ultravioleta e infravermelha”, explica.

Além do tempo, o benefício do projeto é o baixo custo, avalia Felipe Grando Brandão, chefe do Setor de Propriedade Intelectual da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico da UFRGS. “É bom, bonito, barato e poderoso”, observa.

Segundo Beni Chaúque, o custo do sistema depende da escala. No tamanho do teste, tratando 360 litros de água por dia, a estrutura pode custar até R$ 1,8 mil, com uma durabilidade mínima estimada de até seis anos de funcionamento.

“Estou aqui para ajudar mais pessoas que possam estar a enfrentar essa batalha, que é a falta de acesso a água potável”, diz o pesquisador.


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Pesquisa

Beni Chaúque é orientado pela professora Marilise Brittes e coorientado pelo professor Antônio Benetti.

Segundo os especialistas, o equipamento não necessita de eletricidade ou de elementos químicos para a limpeza da água. A técnica se mostrou eficiente em desativar protozoários e bactérias.

“Para nossa felicidade, o sistema realmente funcionou. Ele inativou as estruturas mais resistentes que a gente estava testando”, diz Brittes.
Benetti comenta que foi surpreendido com os resultados do estudo. “Quando eu vi a proposta, eu fui bem cético. Eu achava que não ia funcionar. Funcionou com essas características particulares: fluxo contínuo, permitindo a produção de mais água, e a inativação de protozoários, que são os micro-organismos mais difíceis de se remover”, analisa.

Chaúque e seus orientadores procuraram o órgão da UFRGS responsável pelo registro de patentes. De acordo com Felipe Grando Brandão, chefe da unidade, após verificar o que se existe no mundo, o departamento avança na documentação do protótipo.

O processo do pedido de patente é demorado. Contudo, a instituição conseguiu a verificação de patente verde, que pode acelerar o trâmite para o licenciamento da ideia. Assim, a UFRGS passa a ter domínio sobre a técnica.

“Quando a gente conseguiu enquadrar esse pedido como patente verde, este tempo que demoraria uma média de oito anos para se analisar, a gente espera que passe para três anos”, explica Brandão.

A estrutura ainda é um protótipo com escala reduzida. Os estudiosos esperam que, com a viabilização da patente, apareçam interessados no financiamento do trabalho. No futuro, a tecnologia poderá ser utilizada massivamente em casas ou propriedades rurais.

“O momento em que a gente conseguir alguém que abrace a ideia com a gente, empresas incubadas, por exemplo, seria excelente. A gente está pronto para colocar a tecnologia para funcionar”, fala a orientadora Marilise Brittes.

“Se a ideia encontra pessoas certas, motivadas e com alguma dose de insistência, tudo pode acontecer”, comenta Chaúque.

Fonte: G1.


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