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Investimento em tratamento de esgoto e gestão é essencial para evitar novas crises hídricas

A crise hídrica está de volta. Quatro anos após conviver com graves problemas no abastecimento de água, São Paulo e outros estados enfrentam a perspectiva de terem torneiras secas para boa parte da população.

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Foto: Divulgação

Um problema que poderia ser evitado, se as concessionárias de saneamento investissem mais na expansão dos sistemas de tratamento de esgoto e na redução de perdas d´água.

Essa é a opinião do presidente do SINDCON (Sindicato Nacional das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto), Alexandre Lopes, sobre o assunto.

“Não estamos investindo o necessário para tratar mais esgoto e cumprir as metas de universalização do Plano Nacional de Saneamento Básico”, alerta.

“Além disso, nosso índice de perdas d´água no sistema gira em torno de 38%, ou seja, estamos desperdiçando mais de um terço da água produzida no Brasil antes de ela chegar às torneiras. Se não combatermos essas distorções, a crise hídrica será perene”, completa o presidente do SINDCON.

Segundo estimativas do Sindicato, o Brasil necessita de mais 500 mil quilômetros de tubulações para atender às metas de universalização definidas pelo Plansab, que preveem esgoto tratado para toda a população até 2033.

Baixo ritmo de investimentos

Porém, o ritmo atual de investimentos nessa expansão de rede está bem abaixo do esperado. O Brasil precisaria investir cerca de R$ 22 bilhões por ano para atingir a universalização, mas só investiu R$ 11,7 bilhões em 2016. Mantido esse ritmo, estudos do SINDCON indicam que o Brasil chegará a 2033 com um déficit de aproximadamente 165 mil quilômetros de tubulações de esgoto.

Outro problema é a falta de investimento em redução de perdas d´água, assunto relativo à gestão das concessionárias de saneamento. Hoje, segundo cálculos do Instituto Trata Brasil, o país perde R$ 10 bilhões/ano com essas perdas.

“O combate à crise hídrica não se resume às campanhas contra o desperdício. O Estado, por meio de concessões públicas ou parcerias com a iniciativa privada, precisa investir em planejamento, inovação tecnológica e produtividade para elevar a produção de água e, ao mesmo tempo, preservar os mananciais, tendo em vista o crescimento populacional estimado para as próximas décadas”, finaliza Alexandre Lopes.

Fonte: Surgiu.

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