Iniciada em 2015, a obra da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Vargem Limpa, em Bauru, está prevista para ser concluída somente no final de 2020
Os quatro sopradores de ar, de 17 toneladas e mais de três metros de altura cada, integrarão o tratamento secundário do esgoto
Nesta última quarta-feira (2), o fabricante, oriundo da China, entregou quatro sopradores de ar, no valor total de R$ 6 milhões, mas as máquinas não deverão adiantar o cronograma, segundo o titular da Secretaria Municipal de Obras, Sidnei Rodrigues, e o presidente do Departamento de Água e Esgoto (DAE), Eliseu Areco Neto.
Assim como eles, o prefeito Clodoaldo Gazzetta se dirigiu até o local, no Distrito Industrial 1, para receber os equipamentos. O status atual e geral da obra da ETE é de 55% concluída. Conforme o JC vem noticiando, o prazo de entrega da estação passou por diversos adiamentos. Inicialmente, a finalização dos trabalhos estava planejada para 2016. Depois, mudou para 2017 e, em seguida, 2018. Agora, o município espera terminá-la no final do ano que vem.
De acordo com Sidnei, os quatro sopradores de ar, de 17 toneladas e mais de três metros de altura cada, servirão para alimentar o tanque de aeração, que integrará o tratamento secundário do esgoto. Dentro das máquinas, os microrganismos se desenvolverão e degradarão a matéria orgânica.
Embora a chegada do maquinário não garanta o adiantamento do cronograma de entrega da obra, o secretário enxerga uma vantagem. “Nós entendemos como uma expectativa real de continuidade dos trabalhos, devido ao elevado valor dos sopradores”, argumenta.
A autorização do município
O presidente do DAE concorda com a avaliação do titular da Obras. “Estávamos com algumas ações de paralisação e a chegada dos equipamentos representa a retomada do serviço”, complementa. Além desta frente, a prefeitura acredita que a COM Engenharia, responsável pela construção, dê início à terraplanagem em outra área da ETE, a partir da próxima semana. O procedimento permitirá a execução da drenagem subestrutural. “Temos uma área de brejo e a água começou a aflorar. Precisamos rebaixá-la até que percorra sob a obra”, explica.
O município já autorizou a compra de 90% dos equipamentos da ETE. Alguns ainda dependem de fabricação e instalação junto ao canteiro. Cerca de 70% dos trabalhos civis (implantação de ferragem e concreto) estão prontos.
Depois de entregue, o local terá capacidade para tratar 95% do esgoto produzido em toda a cidade. O restante ficará por conta da ETE Candeia, no Núcleo Gasparini. O custo total da obra gira em torno de R$ 142 milhões. Até agora, o poder público desembolsou aproximadamente R$ 74 milhões (R$ 48 milhões do PAC e R$ 26 milhões do Fundo de Tratamento de Esgoto).
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Novo prazo
A COM Engenharia terá 12 meses para concluir o serviço, contados a partir de amanhã. O cronograma foi apresentado em 26 de setembro, em reunião entre a Obras, a Caixa Econômica Federal (CEF) e a empresa.
O Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que acompanham o caso, também acolheram o novo prazo. Se a COM Engenharia não restabelecer as atividades, será punida com multa.
Por outro lado, a empresa pede mais de 380 projetos complementares. O município contratará outra companhia para desenvolvê-los. A licitação terá dois lotes: um para o Acompanhamento Técnico de Obra (ATO) e outro para o gerenciamento.