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Estação de tratamento de esgoto na Bahia vai gerar metade da energia com o seu próprio biogás

A Embasa, estatal de saneamento da Bahia, começa a construir sua primeira ETE num modelo em que o biogás será utilizado ​​como fonte energética

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A expectativa do projeto é que pelo menos da metade da energia consumida na ETE seja produzida por esse método.

O projeto foi apresentado pelo diretor da empresa baiana, César Ramos, durante o evento Mostra de Cooperação Técnica Internacional, promovido pelo IICA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), em Brasília.

Ramos chamou a proposta, que faz parte de um financiamento de R$ 19 milhões do instituto, num acordo de cooperação, como um novo modelo a ser desenvolvido para sistemas de tratamento de esgoto no país, integrando tratamento de água, redução de emissões, produção de energia e reuso de água.

“Não estamos fazendo o tratamento de esgoto com todo o potencial que ele merece”, afirmou Ramos, dizendo que o projeto tem capacidade para mudar a cultura operacional da empresa para uma nova era.


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Energia subsidiando o saneamento

Segundo Ramos, o consumo de energia é um dos custos mais altos para o setor de saneamento e será necessário fazer uma integração entre os dois setores para que seja possível desenvolver as empresas de saneamento, produzindo o que ele chamou de subsídio cruzado. Ou seja, a geração de energia, que tem margens maiores, subsidia o saneamento, com as margens menores.

No caso da Embasa, além da geração nas estações, também seria possível usar lagoas e terrenos da empresa para aumentar a produção de energia eólica e fotovoltaica.

“As empresas de saneamento têm condições de serem autossuficientes em energia”, afirmou Ramos.

Reuso da água

A ETE a ser construída fica na região de Camaçari/BA. Além da geração de energia por biogás, uma estação vai fazer um tratamento para reuso da água, o que também vai gerar economia para a companhia. Isso porque o esgoto da região hoje é despejado no mar por um emissário submarino de uma companhia privada.

Além de deixar de pagar pelo serviço de emissão, a água poderá ser reintroduzida na bacia da região, que tem sofrido com a redução da produção de água ao longo do tempo. Essa ETE deve ampliar a cobertura da região de 49% para 85%, beneficiando 400 mil moradores. Em toda a região atendida pela Embasa, a cobertura de saneamento está por volta dos 36%.

Fonte: Infra.

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