Entre os projetos anunciados, está a primeira chamada do banco para a proteção de ilhas oceânicas brasileiras
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou nesta segunda-feira (2) um pacote de ações significativas para fomentar a economia ligada aos oceanos. Assim, a instituição disponibilizará R$ 350 milhões em recursos não reembolsáveis. Esses valores são destinados a iniciativas de preservação, mapeamento e desenvolvimento sustentável do litoral brasileiro, conforme declarou o presidente Aloizio Mercadante.
O anúncio foi realizado em um evento conjunto com a Marinha, na Fortaleza de São José, localizada na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro. Entre os projetos anunciados, destaca-se a primeira chamada do banco para a proteção de ilhas oceânicas brasileiras. Essa iniciativa, em particular, contará com um orçamento de R$ 80 milhões, dos quais R$ 40 milhões são provenientes do Fundo Socioambiental do BNDES.
O projeto tem como principal objetivo financiar a restauração de habitats reprodutivos de aves marinhas ameaçadas ou migratórias. Para isso, o Instituto Chico Mendes (ICMBio) beneficiará nove conjuntos de ilhas e arquipélagos: São Pedro, São Paulo e Noronha; Atol das Rocas, Abrolhos, Cagarras, Alcatrazes, Tupiniquins, Ilhas dos Currais, Arvoredo e Trindade. A ideia é que, por meio dessa chamada, seja possível realizar o controle de espécies invasoras, que atualmente atacam a flora e a fauna nativa. Além disso, o projeto visa proceder ao monitoramento ambiental e ao desenvolvimento de bases para créditos de biodiversidade. Por fim, poderão se inscrever no edital instituições sem fins lucrativos que apresentem projetos com valor mínimo de R$ 5 milhões.
BNDES
O BNDES também anunciou a ampliação do programa do banco para a recuperação de recifes no litoral do Brasil. Agora, a iniciativa chamada de “BNDES Corais” passará a contar com R$ 176 milhões, ao todo, sendo que R$ 88 milhões são oriundos do braço socioambiental da instituição de fomento.
“A agenda dos oceanos é uma agenda estratégica e precisa ser financiada. Nós estamos aportando esses recursos, são recursos que nunca ninguém aportou antes, são R$ 350 milhões. Nós precisamos de bilhões para cuidar dos corais, precisamos de bilhões para cuidar do oceano”, afirmou Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES. “Estamos dando um passo estratégico com recursos próprios do banco. Mas eles são absolutamente insuficientes para dar conta de toda a transição que nós precisamos fazer”, disse a Campello.
Nesta segunda-feira, Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), também anunciou o consórcio vencedor que será responsável pelo Planejamento Espacial Marítimo (PEM) do Norte do Brasil. De fato, este importante projeto será desenvolvido pelo consórcio composto pela FGV, Environpact Sustentabilidade e Codex Remote. Além disso, a previsão é que os estudos sejam entregues em quatro anos. Vale destacar que a pesquisa, que deverá abranger a região costeira dos estados do Maranhão, Pará e Amapá, receberá um aporte de R$ 13,3 milhões por meio do Fundo de Estruturação de Projetos (BNDES FEP).
Por outro lado, na manhã de ontem, o consórcio “Sudeste Azul”, também formado pela FGV e pela Environpact Sustentabilidade, assinou o contrato para executar o PEM do Sudeste brasileiro. Esse projeto, por sua vez, receberá R$ 12 milhões em recursos do BNDES FEP e terá como foco o litoral de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Segundo o banco, essa região concentra 82% da economia azul brasileira, impulsionada principalmente por atividades portuárias, de óleo e gás e turismo.
Fonte: Valor
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