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O que os recentes desastres relacionados com água e esgoto nos Estados Unidos podem nos ensinar?

A solução para o atraso na infraestrutura de água e esgoto nos EUA deveria ter foco na construção de vários sistemas descentralizados de água e esgoto, além de incentivar a reutilização de águas residuais

 

agua

Imagem Ilustrativa

A crise de distribuição de água em 2014 em Flint, no estado de Michigan, nos EUA, o ataque cibernético ao abastecimento de água na Flórida em fevereiro e as temperaturas congelantes que recentemente dizimaram a infraestrutura de água do Texas deixaram claro que o tempo para a modernização é agora.

No século passado, os EUA confiaram na mesma abordagem de tratamento de água e esgoto, em tecnologia similares, os mesmos participantes (embora marcas diferentes de fusões e alienações), e a mesma rede de consultores e engenheiros. Não é surpresa que a aplicação da mesma metodologia durante décadas não tenha resultado em nenhuma inovação significativa. O fato de que ainda se usa água potável para lavar nossos banheiros, ou até os locatários que possuem a água “inclusa” no aluguel mensal, sem considerar o uso ou o preço, nos leva a uma falta de consciência sobre o recurso mais essencial do mundo.


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Um dos maiores equívocos: precisamos esperar por alguma tecnologia revolucionária para resolver nossas questões relacionadas à água e às águas residuais. Isto é falso! Com as tecnologias atuais que já existem e estão disponíveis por múltiplos fornecedores, podemos tratar qualquer água e em qualquer lugar. O desafio é o preço.

A solução para o atraso na infraestrutura de água e esgoto nos EUA (na ordem de US $1,8 trilhão) deveria ter foco na construção de vários sistemas descentralizados de água e esgoto, além de incentivar a reutilização de águas residuais. No mínimo, deveriam reutilizar as águas residuárias para irrigação, ar condicionados e descarga de sanitários.

Sistemas descentralizados encurtam consideravelmente o tempo necessário desde o pedido até a entrega, e reduzem a necessidade de infraestrutura expansiva, reduzindo assim os dólares de investimento necessários por usuário final. Estes são sistemas comprovados, já adotados em muitos outros países ao redor do mundo, e se agrupados, tanto para uso municipal quanto industrial, serão facilmente financiáveis.

Além disso, no lugar de gastar bilhões em fundos governamentais para construir infraestruturas de água e esgoto, deveriam incentivar o setor privado como financiadores comerciais e ávidos fundos de infraestrutura e financiamento de projetos, ajudar a comissionar essas plantas menores e descentralizadas para os municípios por meio de acordos de financiamento de projetos. Isto eliminaria a necessidade de grandes investimentos de capital inicial, permitiria um pagamento mais baixo durante o prazo do contrato e o município poderia cobrar de seus pagadores a taxa mensal apropriada. Por fim, ao invés de emitir subsídios e gastar fundos federais ou estaduais, as autoridades nos níveis federal, estadual e local deveriam agir meramente como “fiscais” desses projetos de infraestrutura de longo prazo e de menor porte. Garantias municipais confiáveis manteriam os custos de financiamento baixos, permitindo que os pagadores de taxas pagassem menos. Além disso, os municípios manteriam a autoridade total de preços (subsidiados ou não) enquanto os pagamentos mensais aos operadores e financiadores das usinas fossem feitos.

Esta não é uma questão política ou partidária, este é um problema americano. Se não houver alguma ação com rapidez e firmeza, esses problemas relacionados à água e às águas residuais só aumentarão drasticamente à medida que os padrões climáticos mudarem e a densidade populacional aumentar. Existem muitas soluções viáveis e comprovadas, mas se deve ter a disposição de romper com os métodos antigos e reconstruir melhor por meio da modernização e inovação.

Fonte: Water Online

 

Tradução e adaptação – Renata Mafra

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