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Cuiabá/MT tem 198 nascentes identificadas em área urbana; 82% em estágio de degradação

Cento e noventa e oito nascentes foram identificadas em Cuiabá pelo Projeto Água para o Futuro. Contudo, levantamento aponta que ao menos 82% nascentes estão em estágio avançado de degradação.

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A retirada da mata ciliar, a destinação inadequada de efluentes e ausência de proteção física contribuem para o esgotamento do recurso e também para sua inutilização. A meta do projeto, do Ministério Público Estadual (MPE) em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e com a Instituição Ação Verde, é salvar ao menos um terço dos mananciais.

MPE aponta a ineficiência e omissão do município para fiscalizar as ocupações irregulares e a poluição. De acordo com o promotor Gerson Barbosa, da 17ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente Urbanístico, Cuiabá pode sofrer uma crise hídrica que pode gerar colapso no abastecimento nos próximos anos.

“Não é exagero dizer que o projeto Água para o Futuro é a única esperança de Cuiabá para que não ocorra a falência do sistema superficial de abastecimento (fio d’água), já bastante comprometido. Basta lembrar que de 2008 aos dias atuais foram degradadas, por aterramento, cerca de 46% das nascentes, e menos de 2% delas se encontram preservadas”, disse.

Fonte Azul

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A nascente de número 134, também apelidada de “fonte azul”, deságua dentro do quarto da família da diarista Marisa Pereira da Costa, 61, na rua Pimenta Bueno, bairro Dom Aquino. De lá brotam mais de 70 mil litros de água por dia.

O nascedouro é cuidado pela família, que utiliza a água para absolutamente tudo  há 12 anos. O aspecto físico da água é límpido, sem odor e seu regime fluvial é perene.

Centro Norte

Localizada no Centro Norte da Capital, especificamente na rua 12 de outubro, nas proximidades da tradicional Praça da Mandioca, a nascente 229 tem profundidade de 1 metro. A área em questão é construída e murada com poucas espécies de árvores e arbustos.

Nascente é pertencente a microbacia do córrego da Prainha. Os profissionais, contudo, não identificaram o tipo de afloramento hídrico. A água tem aspecto límpido e inodoro.

Lixeira

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Em meio à Praça das Lavadeiras, também conhecida como Praça Dona Palmira Pereira Dias, surge o curso d’água de número 152. A nascente, contudo, teve alteração em seu curso pela ação humana. Ela foi impermeabilizada pelo asfalto e também por algumas casas da região.

Boa Esperança

Em uma das casas do Boa Esperança, bairro universitário nas proximidades da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), está a nascente de número 151. O olho d’água, contudo, está degradado. Moradores informaram que a prefeitura realizou obras de saneamento e lança água superficial na área do afloramento.

A água apresenta aspecto turvo e com odor, decorrente do lançamento de efluentes. Com isto, não é possível analisar sua extensão e seu tipo.

Belvedere

Nas proximidades do Condomínio Belvedere, no bairro Jardim Imperial, há a nascente 68, conservada com uma densa cobertura vegetal formada por árvores do cerrado. Com ponto de surgência de água bem definido.

Até o momento, não há a ocupação da Área de Preservação Permanente (APP) desta nascente.

Parque Tia Nair

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Nascente 12 é localizada no Parque Tia Nair, no bairro Jardim Itália. Sua extensão, contudo, está parcialmente degradada pela construção de um barramento em sua extensão.

Há evidências de processo erosivo em seu entorno e a área foi escavada para a construção de um tanque. O local é habitat das capivaras que ocasionalmente aparecem no parque.

Também foram registrados outras espécies animais, como crocodilos, lagartos e gambás.

Pedra 90

Em meio a área urbana do bairro Pedra 90, está a nascente 79. O local faz parte da sub-bacia do rio Aricá. A APP sofre com alterações humanas e foi registrada baixa diversidade de flora como resultado da interferência.

Foram registradas apenas 5 espécies de anfíbios, como sapos, pererecas e rãs. Conforme as imagens, existe muito entulho e lixo doméstico no local.

Fonte: Gazeta digital

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