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Procel: BNDES cria fundo garantidor voltado à eficiência energética

 Procel – BNDES

A instituição aportou R$ 40 milhões doados pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica, destinado a incentivar o uso racional de eletricidade

BNDES
Foto Ilustrativa – Créditos Agência Brasil

 

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pôs à disposição das micro, pequenas e médias empresas um fundo garantidor voltado para eficiência energética. A instituição aportou R$ 40 milhões doados pelo Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel), destinado a incentivar o uso racional de eletricidade, e espera viabilizar R$ 300 milhões em créditos para os empreendedores que até então tinham dificuldades para obter garantias para levantar recursos para projetos de energia eficiente.

Os recursos do Procel são oriundos do repasse, previsto em lei, de 0,1% da receita líquida das distribuidoras de energia. A iniciativa ganhou o nome de Programa de Garantia a Créditos para Eficiência Energética (FGEnergia).

O fundo garantidor para o setor já está disponível para contratação e dá cobertura de 80% do valor do crédito, com ticket entre R$ 50 mil e R$ 3 milhões, e prazo de financiamento de 12 a 84 meses, com carência de até 24 meses. O banco estabeleceu ainda um “stop loss” (limite estabelecido pelo banco para perdas nas carteiras dos agentes financeiros) de 15%. O foco está em micro e pequenas empresas interessadas em modernizar sistemas de iluminação, substituir equipamentos antigos de climatização ou trocar motores antigos por outros de menor consumo, em linha com práticas de sustentabilidade e com retorno de capital em prazos reduzidos.


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O FGEnergia conta com seis instituições financeiras habilitadas a conceder financiamentos lastreados pelo fundo – ABC Brasil, BTG Pactual, Banrisul, Safra, Votorantim e Cresol. Segundo o diretor de crédito produtivo e socioambiental do BNDES, Bruno Aranha, hoje só foram explorados 36% do potencial de eficiência energética que o país proporciona, sempre por grandes empresas. Para ele, a medida é um incentivo para que empresas busquem participar da transição energética por meio de uma medida simples, que é o menor consumo, que proporciona eficiência econômica.

“Nada melhor que reduzir o consumo de energia, para reduzir as emissões”, disse o diretor, ressaltando a meta do Brasil de diminuir em 43% o lançamento de gases de efeito estufa em 2030. Ele disse que o banco está aberto a conversar com outras empresas e parceiros para elevar o volume de garantias. “A gente já tem conversas, inclusive, com atores internacionais que viram esse projeto com bons olhos”, completou. Aranha afirmou ainda que espera que as “escos” (empresas especializadas no desenvolvimento de projetos de eficiência energética, remuneradas com parte da economia de energia dos clientes) atuem como veículos “tracionadores” do FGEnergia , fazendo uso do instrumento como forma de alavancar as respectivas atividades.

O diretor do BNDES afirmou ainda que o novo produto terá como papel permitir a geração de conhecimento resultante da aplicação do próprio fundo, ao se produzir informações sobre quais projetos foram os mais eficientes, com maior redução de consumo. A formação da massa crítica trará a sensibilidade para o desenvolvimento de novos incentivos e a busca de alinhamento com as micro, pequenas e médias empresas para que busquem aquelas soluções.

A origem do FGEnergia é o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (FGI PEAC), fundo garantidor criado em 2020, em plena pandemia de covid-19, para ampliar acesso a crédito por micro, pequenas e médias empresas, além do microempreendedor individual (MEI). O banco percebeu que possuía atuação “tímida” na oferta de garantias e construiu o programa em conjunto com o Ministério da Economia e os bancos, entre outros agentes, para viabilizar desta forma o acesso ao crédito.

Encerrado no fim de 2020 e reaberto para novas contratações de crédito durante o mês de agosto, o PEAC recebeu R$ 20 bilhões da União e alavancou mais de R$ 100 bilhões em financiamentos para as micro e pequenas empresas. “A partir daí, começamos a pensar em outras possibilidades, mais nichadas”, afirmou o diretor do BNDES.

O banco de fomento está desenhando um fundo semelhante ao FGEnergia para a Amazônia, voltado para a bioeconomia. O plano do BNDES, disse Aranha, não é só o de criar uma série de produtos de garantia, mas ser uma multiplataforma de produtos que reúne instituições financeiras, capital filantrópico e gestores de recursos, entre outros agentes. “A gente pode criar uma plataforma de diferentes fundos garantidores para diferentes desafios”, conclui o executivo.

Fonte: Um Só Planeta


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