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Bactérias reduzem emissões da indústria

No laboratório da LanzaTech, que fica na sede da empresa nas proximidades de Chicago, um líquido leitoso se agita no interior de um cilindro de aço e plástico. Ele contém milhões de bactérias que podem transformar gases residuais de indústrias em biocombustíveis a serem utilizados em carros, ou até mesmo aviões. Até o momento, o etanol e outros biocombustíveis tradicionais provêm sobretudo de plantas, como milho ou grãos de soja, o que requer campos agrícolas valiosos e água. Buscando uma fonte alternativa, a LanzaTech propôs a utilização micróbios naturais que crescem em gases, e não em açúcares. A empresa instala grandes fermentadores nas fábricas, transformando gases residuais ­ que normalmente seriam emitidos como gases de efeito­ estufa ­ em combustível. “Nosso primeiro slogan foi: ‘não existem resíduos'”, disse Sean Simpson, um biólogo co­fundador da empresa na Nova Zelândia, em 2005. Ele compara o processo à colocação de uma cervejaria em uma fábrica de aço. Simpson afirma que, com a substituição do óleo como fonte de combustível, o biocombustível libera, no mínimo, 60% a menos de CO2 no ar do que a gasolina.

A tecnologia desenvolvida pela LanzaTech pode, até mesmo, gaseificar resíduos de aterros, e utilizar a síntese de gases na geração de combustível para mover caminhões de lixo­ a economia circular em ação. Jennifer Holmgren, CEO da empresa, acrescenta, ainda, que “na fábrica de aço, um fermentador em operação pode gerar combustível suficiente para mover 100.000 carros por ano, com emissões equivalentes a 20.000 carros. Se eles estivessem presentes nas fábricas de aço da China, isso equivaleria à retirada de 11 milhões de carros das estradas.” Com a transformação cada vez mais recorrente de transportes terrestres em transportes elétricos, a LanzaTech tem trabalhado em tecnologias que gerem combustíveis de aviação de baixo carbono. Em 2011, a empresa assinou uma importante parceria com a companhia aérea Virgin Atlantic, para desenvolver formas de produzir combustível para jatos, a partir de resíduos de fábricas de aço, e em 2014, o banco britânico HSBC concordou em financiar sua produção. Está programado para 2017 um voo teste com o combustível. Apesar de a LanzaTech ainda não ser rentável, ela arrecadou mais de US$ 200 milhões em capital de risco em quatro rodadas de financiamento. Seu potencial inovador foi reconhecido em Davos, onde ela ganhou o Young Global Leader Award for Circular Economy Entrepreneur (Prêmio de Jovem Líder Global por Empreendedor de Economia Circular), como parte do programa de Prêmios Circulares de 2016.

A LanzaTech trabalha com indústrias que normalmente produzem gases ricos em carbono ­ produção de aço, refino de óleo, produção de substâncias químicas. Em vez de adquirir os fermentadores, que custam mais de US$ 50 milhões a peça, ela licencia a tecnologia e auxilia as empresas em sua instalação. A empresa tem mais de 200 patentes globais para proteger sua tecnologia e oferece aos investidores uma forma de seguro. Seu primeiro foco foi a China, onde são produzidos 50% do aço do mundo; plantas comerciais estão crescendo na China, com a Shougang, e em Taiwan com a China Steel. Na Bélgica, a ArcelorMittal, maior siderúrgica do mundo, investiu € 87 milhões em um sistema da LanzaTech. No início deste ano, a Armetis (companhia de biotecnologia industrial ) tornou­-se a primeira licenciada americana, assegurando 12 anos de direitos exclusivos à tecnologia na Califórnia.

Fonte: Brandon Smith
www.sparknews.com

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