Parceria faz parte dos esforços da empresa pela universalização do saneamento básico
A Sabesp fechou uma parceria com a brasileira Ambipar e a francesa Veolia para trabalhar soluções que permitam o abastecimento industrial e comercial com água de reuso.
Segundo a empresa de saneamento, a iniciativa faz parte da estratégia da nova gestão da companhia — privatizada em julho de 2024 com o Grupo Equatorial como acionista de referência — para antecipar tendências, aumentar a eficiência operacional e garantir a segurança hídrica em áreas críticas da Região Metropolitana de São Paulo.
“Estamos avançando em uma agenda de soluções ambientais que vai além da tradicional prestação de serviços de saneamento. As parcerias simbolizam essa virada: queremos escalar o reúso industrial como prática de mercado, entregando não apenas segurança hídrica para a indústria paulista, mas também um modelo replicável e competitivo de gestão de recursos hídricos”, afirma Denis Maia, diretor de Clientes e Tecnologia da Sabesp.
O acordo replica o modelo do Aquapolo — maior empreendimento de água de reúso da América Latina — e busca estruturar esse abastecimento a partir do tratamento terciário de efluentes — resíduos provenientes das atividades humanas, como processos industriais e rede de esgoto, que são lançados no meio ambiente.
O foco inicial será nas regiões de Guarulhos, Ayrton Senna e outras onde se localizam grandes clientes da companhia. Os primeiros anúncios devem ocorrer nos próximos meses.
A Ambipar e a Veolia vão apoiar o projeto com expertise em engenharia de processos e operação de plantas. A cooperação prevê também o desenvolvimento de soluções para serem rapidamente implementadas em polos industriais, reduzindo os prazos de licenciamento e instalação.
A parceria faz parte do investimento de R$ 70 bilhões que a Sabesp projeta para os próximos cinco anos para atingir a universalização dos serviços de saneamento básico.
A água de reúso representa uma solução de alta viabilidade para setores com consumo intensivo, como petroquímica, papel e celulose, farmacêutico, bebidas e metalurgia, que exigem estabilidade no fornecimento e enfrentam crescente pressão por metas ESG.
A substituição do fornecimento tradicional pela água de reúso nesses segmentos não apenas reduz a demanda sobre os mananciais, como libera capacidade do sistema convencional para uso residencial, fortalecendo a resiliência da região frente aos eventos climáticos extremos que têm se intensificado nos últimos anos.
“O uso de fontes alternativas é, ao mesmo tempo, uma solução economicamente interessante para determinados setores e uma resposta estratégica à escassez hídrica. Estamos observando essa transição em regiões de alta densidade industrial e crescente valorização do impacto ambiental — São Paulo se encaixa perfeitamente nesse perfil”, completa Maia.
Fonte: CNN