Projeto prevê produção modular e baixa emissão de carbono; operação pode gerar até 60 empregos qualificados no Distrito Industrial
O Distrito Industrial de Rio Grande deve receber, nos próximos meses, uma nova indústria voltada à transição energética. A empresa paulista Fontes Verdes, que atua no desenvolvimento e operação de projetos de hidrogênio desde 2015, confirmou que avalia a instalação de uma fábrica modular de hidrogênio e amônia verdes no município. A previsão é de que a planta entre em operação no segundo semestre de 2026.
— Nossa proposta de investimento se desenvolveu de forma rápida após os contatos com a prefeitura e secretarias. Dessa forma, a primeira indústria de hidrogênio e amônia verdes do Estado vai ser instalada aqui no Rio Grande — afirma Guilherme Fontana, CEO da empresa.
Investimento e tecnologia
De acordo com a Fontes Verdes, o investimento previsto para a primeira fase é de R$ 110 milhões, valor que pode dobrar em uma etapa de expansão. Mais de 60% dos recursos serão destinados à compra de equipamentos junto a fornecedores internacionais, processo que já está em andamento.
A unidade, conforme detalhado, terá capacidade inicial para produzir quatro mil toneladas de amônia verde por ano, insumo utilizado na fabricação de fertilizantes nitrogenados de baixo carbono.
— Nosso processo de construção modular para produção de amônia verde utiliza apenas sol, água e ar, e reduz em 90% a emissão de carbono e outros gases de efeito estufa em comparação aos métodos tradicionais — destaca Fontana.
Geração de emprego e uso de mão de obra local
A fase de construção deve gerar mais de 80 vagas de trabalho, enquanto a operação poderá abrir até 60 postos qualificados.
— O objetivo é aproveitar a maior parte dos trabalhadores da região na etapa de construção. Já para a operação industrial, a mão de obra deve ser desenvolvida em Rio Grande — explica o CEO.
Segundo a empresa, a formação desses profissionais deverá contar com apoio de programas públicos de qualificação.
O secretário municipal de Desenvolvimento, Inovação, Turismo e Economia do Mar, Vitor Magalhães, destaca a relevância do projeto para o município.
— Esse projeto faz sentido não só pela densidade e pelo número de empregos que pode gerar, mas pela transição energética que Rio Grande está trabalhando fortemente. Mostra que o distrito e as empresas portuárias e retroportuárias já pensam na descarbonização — afirma.
Em setembro, representantes da empresa visitaram o município para avaliar o local de instalação. No momento, o projeto está em processo de validação do investimento junto ao governo estadual, etapa necessária antes da confirmação definitiva.
A prefeitura estima que o anúncio oficial da instalação deve ocorrer na segunda quinzena de janeiro.
Fonte: GZH