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Descarte de resíduos químicos poderia ser mais eficiente, aponta estudo

Pesquisa analisou o descarte de resíduos na Faculdade de Ciências Farmacêuticas, sugerindo melhorias

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Foto: scheidegger0/Pìxabay

Muitas vezes, o vidro que foi para o lixo de casa é separado por ser perigoso para quem coleta. Essa é uma forma simples e prática de prevenir acidentes no descarte doméstico. Mas, e no caso de resíduos oriundos de laboratórios químicos? Como o descarte deve ser feito para evitar danos à saúde ou mesmo gastos desnecessários? A pesquisadora Patrícia Amorim, da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP investigou o despejo de resíduos químicos nos laboratórios da faculdade.

Os resultados do seu trabalho foram um aumento na conscientização da comunidade, trazendo a informação de que 10% dos resíduos gerados são facilmente tratáveis ー sem grande esforço ou investimento em infraestrutura, só com capacitação das pessoas envolvidas ー, e isso  também ocasionaria uma redução nos gastos com os descartes.

Um exemplo dessa possibilidade de tratamento é a recuperação da acetonitrila, um solvente orgânico muito utilizado em análises, como a cromatografia líquida ー um método de separação de compostos químicos. “A acetonitrila é um subproduto do petróleo, então se ele entra em crise, nós tentamos recuperá-la com um nível de pureza satisfatório ー conseguimos soluções com mais de 99% de pureza ー usando uma concentração padrão, com descarte frequente na faculdade. Além dela, podem ser recuperados outros solventes, como o metanol e o acetato de etila, por exemplo.”

Identificar para tratar

Em sua pesquisa, Patrícia analisou o descarte de resíduos sob duas perspectivas complementares: gerenciamento e tratamento. Ela conta que no gerenciamento foi feito o levantamento de resíduos descartados no período estudado, além de outras identificações. “Fizemos um levantamento de todos os resíduos gerados aqui [na FCF] no período de janeiro de 2014 a agosto de 2016, e de como eles estavam sendo descartados. Então foi feito um inventário, para manter um controle de identificação, quantificação e rastreabilidade, para saber de onde vinha o resíduo.”

Ao todo, a FCF tem mais de 73 laboratórios. Esse número permite uma visualização do quanto de resíduo é produzido e por isso a faculdade faz, mensalmente, o descarte dos resíduos químicos ー considerados perigosos.

“No entanto, alguns dos resíduos gerados não precisariam ser descartados como perigosos se tivessem um tratamento prévio antes de sair do laboratório gerador. Diminuindo riscos posteriores para as pessoas que transportam os resíduos e produzindo benefícios ambientais e econômicos para a unidade”, conta Patrícia.

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Com sua pesquisa, Patrícia Amorim tentou trazer mais conhecimento e eficiência no descarte de resíduos químicos – Foto: Marcos Santos/USP Imagens

Com isso em mente, e com o apoio de sua xará, a especialista do Instituto de Química (IQ) da USP Patrícia Busko di Vitta, Patrícia Amorim analisou e identificou resíduos tratáveis dentro da própria faculdade com base em compatibilidade química, segurança e facilidade de manuseio.

Treinamento necessário

Patrícia Amorim diz, no entanto, que para que haja essas melhorias no tratamento e no gerenciamento de resíduos, fazem-se necessárias algumas medidas, como a capacitação das pessoas envolvidas ー devido à alta rotatividade do corpo discente ー e a criação de um centro de tratamento de resíduos, como o do IQ, instituto modelo na USP quando se trata de descarte de resíduos químicos. Segundo a pesquisadora, a diretoria da faculdade tem sinalizado interesse nas propostas de melhoria no processo de descarte e tem, também, investido nessa questão, como, por exemplo, na compra de um carrinho elétrico para auxiliar no transporte dos resíduos até o prédio Semi Industrial da FCF, próximo à Poli-Química (prédio da Engenharia Química da Escola Politécnica).

A dissertação de mestrado de Patrícia Amorim teve orientação do professor Ricardo Pinheiro, presidente da Comissão de Resíduos da Comissão Interna de Segurança Química e Biológica da FCF.

Mais informações: e-mail [email protected], com Patrícia Amorim

Fonte: Jornal da USP.

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