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Após alerta de crise hídrica, Sabesp acusa PCJ de desperdício de água

Companhia acusou órgão de ter gasto 92 bilhões de litros d’água em 2017, o que daria para encher 36 mil piscinas

jaguari

Em resposta aos alertas do Consórcio das Bacias PCJ (rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) sobre a possibilidade de uma nova crise hídrica, a Sabesp (Companhia de
Saneamento Básico do Estado de São Paulo) enviou nota ao LIBERAL nesta quinta-feira minimizando o problema, e acusando o Comitê das Bacias PCJ de ter desperdiçado 92 bilhões de litros d’água em 2017 – que seriam suficientes para encher 36 mil piscinas olímpicas. O Comitê nega o desperdício e diz que seguiu as
regras da Outorga do Sistema Cantareira.

O comunicado explica que a outorga de operação do Sistema Cantareira, dada à Sabesp pela ANA (Agência Nacional de Águas) e DAEE (Departamento de Águas e
Energia Elétrica), de maio de 2017, atribuiu ao Comitê PCJ a competência para decidir o quanto de água soltar das represas do Cantareira para a região, e afirma que isso não foi feito corretamente.

“Em 2017, o Comitê PCJ utilizou desta prerrogativa e liberou 92 milhões de metros cúbicos (92 bilhões de litros) de água a mais do que seria necessário para atender às vazões de controle em três pontos de medição estabelecidos na outorga. Se o Comitê PCJ tivesse liberado o estritamente necessário, o sistema teria hoje um estoque de 53,6% da capacidade máxima. Mas, devido ao desperdício, só tem 44,2%”, escreveu a Sabesp.

Sistema de abastecimento mais robusto

Na nota enviada pela assessoria de imprensa, a Sabesp escreve também que “não existe neste momento razão para preocupação” em relação ao cenário hídrico. “A Sabesp tem hoje um sistema de abastecimento mais robusto do que o existente poucos anos atrás, com mais interligações e maior capacidade de tratamento de água”, trouxe a nota.

O órgão ainda informou que nas próximas semanas entrarão em funcionamento o novo Sistema Produtor São Lourenço e a interligação Jaguari-Atibainha, duas obras que trarão mais 11,4 mil litros de água por segundo para o abastecimento da Grande São Paulo. A Sabesp afirma também que o estado está em “pleno período chuvoso”, com tendência de enchimento das represas, e que isso dá tranquilidade à população.

O Comitê das Bacias PCJ rebateu a afirmação da Sabesp de que teria desperdiçado 92 bilhões de litros d’água em 2017, e afirmou que, na verdade, usou menos recursos do que teria direito, fazendo assim, uma economia.

Regra da outorga do Sistema Cantareira

De acordo com o coordenador adjunto da Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ, Paulo Tinel, o órgão apenas aplicou a regra da outorga do Sistema Cantareira. “É uma regra construída por ANA e DAEE, com participação da Sabesp. A regra dispunha que nós gastássemos até 158 metros cúbicos, e nós gastamos 92, ou seja, economizamos mais de 60 bilhões de litros. Houve muita economia por parte do Comitê, nós fizemos a lição de casa direitinho”, afirmou.

O coordenador disse ainda que o Sistema Cantareira é responsável pela manutenção dos rios Atibaia e Jaguari, e por isso foi necessário utilizar esse montante de água. “Nós simplesmente mantivemos os rios com condições adequadas em função dos volumes estabelecidos. O rio não vive só para abastecer cidade, mas pequenos produtores rurais, tem vida aquática”, disse.

Por meio de nota, o DAEE também afirmou que foi cumprida “rigorosamente” a nova outorga, e destacou as novas obras que serão entregues em breve pelo Estado para aumentar a segurança hídrica. A ANA foi questionada e não se posicionou.

Fonte: O Liberal.

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