NOTÍCIAS

O rio Tejo corre risco de secar por completo em Espanha

O rio mais longo da Península Ibérica corre sérios riscos de secar completamente em Espanha.

rio-tejo-espanha

Falamos do rio Tejo, que nasce em Espanha e deságua no Oceano Atlântico, banhando a nossa querida Lisboa. Por cá ainda se mantém firme e hirto como um rio deve ser, em Espanha está prestes a morrer.

“O rio entrou em colapso através de uma combinação de alterações climáticas, transferências de água e resíduos que Madrid produz”, explica Miguel Ángel Sánchez, porta-voz da Plataforma em Defesa do Tejo, cita o jornal britânico “The Guardian” esta segunda-feira, 14 de agosto.

Os problemas do Tejo (Tajo, para os espanhóis) começam em Aragão. Em 1902, foi estabelecido um plano para desviar a água dali para o rio Segura, com o objetivo de irrigar as quintas do sudeste árido. A construção começou em 1966 e água começou a fluir no Segura em 1979.

Conflito Social e Político

Deu asneira: a quantidade de água disponível foi mal calculada, as secas cíclicas em Espanha não foram tidas em consideração, e o resultado foi que hoje em dia só existem 47% das reservas de água previstas.“A transferência serviu para criar um conflito social e político, e tornar o Tejo num dos rios em pior estado ecológico da península”, explica Nuria Hernández-Mora, da Fundación Nueva Cultura del Agua, ao jornal britânico.

Os problemas não se ficam por aqui. A utilização da água do Tejo para resfriar reatores nucleares, bem como o despejo de águas residuais inadequadamente tratadas, prejudicam ainda mais a qualidade da mesma. Madrid é um dos piores exemplos no que diz respeito à falta de cuidado no tratamento das águas.

A 8 de agosto, o jornal espanhol “El Mundo” também escreveu que o rio Tejo atravessa a sua pior crise de sempre. Não é apenas a falta de água, é também a ausência de qualidade da mesma. Quando chega a Portugal, porém, já vem melhor.

“Graças à sua mistura com afluentes nacionais mais limpos, a qualidade do Tejo melhora e este ‘efeito de mistura’ promove a oxigenação das águas — essencial para a degradação da matéria orgânica presente na água”, explica Carla Graça, especialista em recursos hídricos da Zero — Associação Sistema Terrestre Sustentável, ao jornal “Público”.

Mas atenção: a culpa não é toda dos espanhóis. “Também temos a nossa quota-parte, porque apesar de as cidades portuguesas do litoral estarem bem servidas com ETAR [estações de tratamento de águas residuais] de última geração, ainda há muitos problemas no interior do país.”

Por: Marta Gonçalves Miranda |  NiT

ÚLTIMAS NOTÍCIAS:

CATEGORIAS

Confira abaixo os principais artigos da semana

Abastecimento de Água

Análise de Água

Aquecimento global

Bacias Hidrográficas

Biochemie

Biocombustíveis

Bioenergia

Bioquímica

Caldeira

Desmineralização e Dessalinização

Dessalinização

Drenagem Urbana

E-book

Energia

Energias Renováveis

Equipamentos

Hidrografia / Hidrologia

Legislação

Material Hidráulico e Sistemas de Recalque

Meio Ambiente

Membranas Filtrantes

Metodologias de Análises

Microplásticos

Mineração

Mudanças climáticas

Osmose Reversa

Outros

Peneiramento

Projeto e Consultoria

Reciclagem

Recursos Hídricos

Resíduos Industriais

Resíduos Sólidos

Reúso de Água

Reúso de Efluentes

Saneamento

Sustentabilidade

Tecnologia

Tratamento de Água

Tratamento de Águas Residuais Tratamento de águas residuais

Tratamento de Chorume

Tratamento de Efluentes

Tratamento de Esgoto

Tratamento de lixiviado

Zeólitas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS