NOTÍCIAS

Governo do Brasil lança chamada pública de R$ 60 milhões para criar centro de pesquisa em hidrogênio de baixo carbono (1)

Governo do Brasil lança chamada pública de R$ 60 milhões para criar centro de pesquisa em hidrogênio de baixo carbono

Governo do Brasil lança chamada pública de R$ 60 milhões para criar centro de pesquisa em hidrogênio de baixo carbono

O Governo do Brasil deu um passo importante na construção da economia do hidrogênio de baixa emissão de carbono, um dos pilares da transição energética e da nova industrialização verde brasileira. Durante o 4º Congresso Brasileiro do Hidrogênio, em Brasília, foi lançada a Chamada Pública para credenciamento de instituições que vão compor o Centro de Competência Embrapii em Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono. Participaram do evento, Rafael Dubeux, secretário-executivo adjunto do Ministério da Fazenda, e Sávia Gavazza, gerente de projeto da Fazenda, Álvaro Prata, presidente da Embrapii, e Daniel Almeida, secretário de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), além de representantes de instituições de pesquisa e do setor produtivo.

Com investimento de R$ 60 milhões do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) será a responsável pelo edital que vai selecionar uma rede de pesquisa de universidades ou institutos de tecnologia brasileiros para produzir conhecimento científico e tecnológico avançado na área. Os selecionados receberão recursos para estruturar laboratórios, contratar pesquisadores, formar profissionais especializados e realizar projetos em parceria com empresas. A estruturação de startups e o desenvolvimento de parcerias com instituições de pesquisa internacionais fazem parte do escopo da chamada. As inscrições na primeira etapa do processo vão até 24/11, sexta-feira.

Novo Brasil

O Centro de Competência integra a Iniciativa Brasileira do Hidrogênio (IBH2), coordenada pelo MCTI, e se articula diretamente com o Plano de Transformação Ecológica (Novo Brasil), conduzido pelo Ministério da Fazenda. Segundo Rafael Dubeux, o objetivo é fortalecer a base científica, tecnológica e industrial do país nesse novo vetor energético, criando massa crítica nacional e reduzindo a dependência de tecnologias importadas.

“O lançamento do Centro de Competência Embrapii é mais um passo concreto do Novo Brasil para transformar conhecimento em produtividade, emprego e soberania tecnológica. O hidrogênio de baixa emissão será um dos motores da nova economia verde brasileira, um vetor que une inovação, transição energética e reindustrialização sustentável”, afirmou.

O Ministério da Fazenda lidera o Novo Brasil – Plano de Transformação Ecológica, programa que estrutura os instrumentos financeiros, regulatórios e fiscais necessários para viabilizar a transição verde brasileira. O hidrogênio de baixa emissão é um dos programas prioritários e a Fazenda tem atuado de forma coordenada para criar as condições de mercado que transformarão a pesquisa científica em negócios reais.

A estratégia do Ministério da Fazenda articula várias frentes simultâneas: o Marco Legal do Hidrogênio, já aprovado, assegura previsibilidade e segurança jurídica para empresas e investidores; o Programa de Hidrogênio de Baixo Carbono (PHBC) está em regulamentação e terá seu primeiro leilão de créditos para impulsionar o ciclo inicial de investimentos; e o Regime Especial de Incentivos para a Produção de Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono (Rehidro) estabelece condições tributárias para atrair investimento industrial na produção de hidrogênio de baixa emissão.

“Essa iniciativa [investimento no Centro de Competência] integra ciência, inovação e política industrial. O Brasil tem condições únicas de liderar o mercado global de hidrogênio limpo — seja pelo sol, pelo vento, pelo etanol ou pela biomassa. A Embrapii e o MCTI estão ajudando a construir as competências que permitirão ao país dominar as tecnologias desse novo setor.”, disse Savia Gavazza.

Como funcionará o Centro

O Centro de Competência vai atuar em cinco grandes áreas de pesquisa: produção de hidrogênio de baixa emissão a partir de fontes sustentáveis (como energia solar, eólica, etanol e biomassa), armazenamento, transporte, segurança e aplicações industriais. As aplicações incluem setores estratégicos como siderurgia, produção de cimento, fertilizantes, transportes e geração de energia elétrica.

A chamada pública aceita propostas que trabalhem com diferentes tecnologias de produção, desde a eletrólise (que usa eletricidade renovável para produzir hidrogênio a partir da água) até rotas que aproveitam o etanol brasileiro, resíduos de biomassa ou processos biológicos. Essa diversidade reflete as vantagens naturais do Brasil e aumenta as chances de o país desenvolver soluções inovadoras e competitivas.

O Centro não funcionará isolado. Ele fará parte de uma rede nacional que inclui o Sistema Brasileiro de Laboratórios de Hidrogênio (SisH2-MCTI) e o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2), criando uma estrutura integrada que conecta pesquisa fundamental, desenvolvimento tecnológico e aplicações práticas na indústria. O grupo selecionado terá autonomia para gerenciar suas atividades e formar parcerias com empresas e instituições internacionais.

Investimentos e cooperação internacional

O esforço brasileiro no hidrogênio não começa agora. Desde 2023, o governo já contratou 278 projetos de pesquisa e desenvolvimento em transição energética, investindo R$ 63 milhões em estudos voltados à produção e uso sustentável do hidrogênio. Esses recursos vêm de fundos setoriais como CT-Energ e FNDCT, além de agências de fomento como Finep, CNPq e Embrapii.

O hidrogênio de baixa emissão é considerado uma peça-chave para a transição energética mundial. Diferente dos combustíveis fósseis tradicionais, ele pode ser produzido sem emitir grandes quantidades de carbono na atmosfera e tem potencial para substituir fontes poluentes em setores difíceis de descarbonizar, como a indústria pesada e o transporte de longa distância.

O Brasil, com sua matriz energética renovável abundante e recursos naturais como etanol e biomassa, está em posição privilegiada. Países desenvolvidos, especialmente na Europa, já anunciaram planos para importar grandes volumes de hidrogênio limpo como forma de descarbonizar suas economias. A Europa, por exemplo, não conseguirá produzir internamente todo o hidrogênio que precisará. O Brasil pode se tornar um grande exportador desse insumo estratégico, gerando receitas, empregos qualificados e desenvolvimento tecnológico.

Além do mercado externo, o hidrogênio terá papel importante na própria transição energética brasileira. Setores como a produção de aço, fertilizantes e cimento, que hoje dependem de combustíveis fósseis e são grandes emissores de carbono, podem usar hidrogênio limpo para reduzir drasticamente suas emissões. O combustível também tem potencial para caminhões pesados, aviação e navegação marítima, áreas onde a eletrificação direta é mais difícil.

Fonte: gov.br


ÚLTIMAS NOTÍCIAS:

CATEGORIAS

Confira abaixo os principais artigos da semana

Abastecimento de Água

Análise de Água

Aquecimento global

Bacias Hidrográficas

Biochemie

Biocombustíveis

Bioenergia

Bioquímica

Caldeira

Desmineralização e Dessalinização

Dessalinização

Drenagem Urbana

E-book

Energia

Energias Renováveis

Equipamentos

Hidrografia / Hidrologia

Legislação

Material Hidráulico e Sistemas de Recalque

Meio Ambiente

Membranas Filtrantes

Metodologias de Análises

Microplásticos

Mineração

Mudanças climáticas

Osmose Reversa

Outros

Peneiramento

Projeto e Consultoria

Reciclagem

Recursos Hídricos

Resíduos Industriais

Resíduos Sólidos

Reúso de Água

Reúso de Efluentes

Saneamento

Sustentabilidade

Tecnologia

Tratamento de Água

Tratamento de Águas Residuais Tratamento de águas residuais

Tratamento de Chorume

Tratamento de Efluentes

Tratamento de Esgoto

Tratamento de lixiviado

Zeólitas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS