NOTÍCIAS

Economia de água pode assombrar minas do Chile com alta do cobre

(Bloomberg) – Nas altas montanhas do deserto do Chile, que abrigam alguns dos maiores depósitos de cobre do mundo, proprietários de minas cortaram investimentos em um recurso imprescindível para eles: a água.

Bilhões de litros de água são necessários para extrair o mineral da lama que contém menos de 1 por cento de cobre. A estatal Codelco usava no ano passado uma quantidade de água suficiente para encher 44 vezes o Estádio de Wembley, de Londres, e cada vez mais água está sendo canalizada do Pacífico para minas localizadas a mais de 3.000 metros acima do nível do mar.

Mas a crise da commodity obrigou as produtoras do metal a cortarem despesas. No Chile, pelo menos cinco projetos de dessalinização foram adiados ou reduzidos nos últimos quatro anos, apesar de a demanda por água ter aumentado e uma seca ter afetado os suprimentos. As minas antigas contêm menos cobre, então é preciso processar uma quantidade maior de minério para obter o mesmo volume do metal e as comunidades locais estão disputando a água com a indústria, tanto para o consumo quanto para a agricultura. Isso poderia significar um problema quando o metal se recuperar.

“Se demorarem demais para iniciar a construção dessas centrais, eles correm o risco de não estarem preparados para dar uma resposta”, disse Jacques Wiertz, professor da Universidade do Chile e especialista em dessalinização que está coordenando nesta semana uma conferência em Santiago sobre o uso de água pelo setor. “As mineradoras no norte estão sendo muito pressionadas para otimizarem o uso da água por causa da escassez”.

Previsão de recuperação

Como alguns projetos relativos à água foram adiados ou reduzidos, a capacidade de aumentar os suprimentos no Chile poderia ser limitada quando os preços do cobre começarem a se recuperar, o que, segundo a Codelco, poderia acontecer já em 2017. Uma escassez do metal deve surgir no fim desta década, de acordo com a Rio Tinto Group, enquanto que a Freeport-McMoRan, maior produtora de cobre com ações negociadas em bolsa, projeta um mercado em déficit já em 2017.

O custo de usar água do mar nas minas chilenas é o mais alto do mundo, de acordo com um estudo do professor Fernando Concha, da Universidade de Concepción. Existem nove centrais que extraem água do mar no Chile. Tradicionalmente, a água tinha que passar pelo dispendioso processo de osmose reversa, mas os projetos mais novos utilizam água parcialmente tratada e até água do mar não tratada.

No Chile, a maior parte do custo de usar água do mar não vem do tratamento, mas de bombeá-la para algumas das minas de maior altitude do mundo. O transporte representa cerca de dois terços dos custos de utilização da água do mar, e é difícil reduzi-los, disse Concha.

“Hoje precisamos processar mais material para obter a mesma quantidade de cobre”, disse Wiertz, da Universidade do Chile. “E o consumo de água depende da quantidade de material”.

Fonte: Uol Economia

ÚLTIMAS NOTÍCIAS:

CATEGORIAS

Confira abaixo os principais artigos da semana

Abastecimento de Água

Análise de Água

Aquecimento global

Bacias Hidrográficas

Biochemie

Biocombustíveis

Bioenergia

Bioquímica

Caldeira

Desmineralização e Dessalinização

Dessalinização

Drenagem Urbana

E-book

Energia

Energias Renováveis

Equipamentos

Hidrografia / Hidrologia

Legislação

Material Hidráulico e Sistemas de Recalque

Meio Ambiente

Membranas Filtrantes

Metodologias de Análises

Microplásticos

Mineração

Mudanças climáticas

Osmose Reversa

Outros

Peneiramento

Projeto e Consultoria

Reciclagem

Recursos Hídricos

Resíduos Industriais

Resíduos Sólidos

Reúso de Água

Reúso de Efluentes

Saneamento

Sustentabilidade

Tecnologia

Tratamento de Água

Tratamento de Águas Residuais Tratamento de águas residuais

Tratamento de Chorume

Tratamento de Efluentes

Tratamento de Esgoto

Tratamento de lixiviado

Zeólitas

ÚLTIMAS NOTÍCIAS