Resumo

Este estudo pretende criar um espaço educador sustentável, no qual um Projeto de aproveitamento de água da chuva na escola possa ser instalado, para ser usado em sanitários e discutido com toda gestão escolar, servindo não apenas de base para a criação de outros espaços educadores sustentáveis como: horta, pomares, árvores frutíferas ou não, jardins, mas também de aprendizagem para toda a comunidade escolar, principalmente os alunos que serão os divulgadores e multiplicadores desse conhecimento adquirido sobre educação ambiental sustentável de um recurso natural à água da chuva vital ao ser vivo dentro e fora da escola para a comunidade em que vivem .

Introdução

A superfície do nosso planeta é composta de água em aproximadamente 70%. Essa água tem um ciclo natural, que começa com sua evaporação, formando nuvens que depois as retornarem através das chuvas. De toda água existente no planeta, 97,5% está nos oceanos, dos 2,5% restante, 1,5% está nos polos (geleiras e icebergs), e apenas 1% segundo Tucci (2000), disponível para o consumo, estando a maior parte desta nos leitos subterrâneos, na atmosfera, nas plantas e nos animais.

Fundamental à vida, pois compõe os organismos, a água é essencial para os seres vivos, sendo perceptível, nos últimos anos, o incremento do interesse público nas questões relacionadas ao meio ambiente, embora ainda não se dê a devida valorização, principalmente quanto as questões relativas aos recursos hídricos.

No ano de 2015, devido a escassez de chuvas que afetou a Cidade de São Paulo e sua Região Metropolitana, foi implantada uma obra emergencial por parte da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo ( SABESP), no sentido de providenciar o abastecimento de água da população como um recurso chamado de volume morto existente no Sistema Cantareira.

Isso foi necessário porque, além da falta de precipitações volumosas, a poluição tem tornado nossos córregos e rios inservíveis para uso, o que torna necessária a construção de novas estações de tratamento de água para fins de potabilidade, aumentando do custo da água, que acaba captada cada vez mais longe.

Motivo de conflito a falta de água se deve também ao aumento da população, ao desperdício e, como foi dito anteriormente, a poluição, por isso, se deve utilizá-la de maneira sustentável, procurando sua economia.

Á água de reuso, produto das estações de tratamento de esgotos domésticos e industriais, está também entre as fontes alternativas a serem exploradas desde que se consiga entregar para o consumidor (condomínios e indústrias) redes similares as de água potável ou se garanta acesso mais barato às redes alternativas, atualmente vendidas no mercado.

Segundo Gnadlinger (2003), a captação da água pluvial poderá beneficiar dois bilhões de pessoas, as quais não tem acesso a sua potabilidade. Ou seja, o reaproveitamento de água poderia contribuir para a diminuição do consumo da água potável e para a economia da conta dos usuários.

Nesse sentido, no caso da escola E. E. Prof. Caetano Zamitti Mammana a retenção de uma parte do volume da chuva e o amortecimento do escoamento superficial, minimizará o efeito da chuva forte que provoca inundação na escola e nas ruas adjacentes que ficam quase intransitáveis.

Como nesse local outros equipamentos similares poderiam contribuir para o não alagamento da cidade de São Paulo, onde a maioria das ruas é asfaltada uma vez que ao invés de escorrerem para as galerias pluviais, provocando as enchentes, água, a água da chuva escoaria para locais específicos, podendo ser utilizada na lavagem de pisos, na rega dos jardins, e das hortas,.entre outros usos.

Segundo Tomaz (2007) os principais motivos que levam a decisão para se reutilizar a água da chuva são:

1. Conscientização e sensibilidade de necessidade da conservação da mesma;
2. Locais onde a estiagem é maior que cinco meses;
3. Locais onde o índice de aridez seja menor ou igual a 0,5;
4. Retorno muito rápido dos investimentos;
5. Instabilidade do fornecimento da água pública;
6. Exigência de lei específica;
7. Elevadas tarifas de água das concessionárias públicas.

Portanto um projeto de reuso de água da chuva na Escola Estadual Prof. Caetano Zamitti Mammana, poderia ser implementado por pelo menos três dos motivos citados acima, que são: a conscientização e sensibilidade da necessidade de conservação, o retorno muito rápido dos investimentos e a existência de um projeto de Lei Estadual, nº 450/2015, do Deputado Estadual Ênio Tato, que dispõe que toda escola pública estadual deverá captar a água da chuva a partir de 2016 (vide: anexo A).

Onde esse reaproveitamento nas escolas é de fundamental importância para a redução do consumo da água potável e para a diminuição do impacto das chuvas nas galerias, minimizando a possibilidade de enchentes, que afetam a todos.

Colaborando com isso, Mazzer (2010) afirma que os alunos poderiam ser apresentados a projetos de captação de água da chuva, e estes se implantados poderiam ser utilizados em horta, na limpeza de banheiros e nas descargas dos vasos sanitários.

De acordo com Yoshimoto e Silva (2005), o vaso sanitário é um dos equipamentos de maior consumo de água, correspondendo a 30,9% do consumo de um estabelecimento. Sendo assim, esse poderá ser o principal beneficiado nas escolas.

Além dele, toda comunidade escolar poderá se beneficiar com o reuso da água da chuva, porque não haverá suspensão de aulas e os pais poderão trabalhar tranquilamente, já que seus filhos estarão na escola, e a escola economizará em sua fatura de água.

Autor: João Batista Réus Lopes.