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Após dois anos de crise hídrica e sanitária, Curitiba tem ‘um problema a menos’

Após quase dois anos convivendo com uma crise sanitária (provocada pela pandemia do novo coronavírus) e uma crise hídrica (provoca por uma das maiores secas na história do Paraná), Curitiba finalmente tem um problema a menos com o qual se preocupar

Com o nível dos reservatórios que abastecem a Região Metropolitana de Curitiba (RMC) em 80,34%, a Sanepar anunciou o fim do rodízio de água, com a normalização do abastecimento devendo ocorrer a partir das 16 horas desta sexta-feira (21)

Imagem: Divulgação Sanepar (Barragem Piraquara)

Curiosamente, tanto a pandemia quanto o racionamento de água passaram a fazer parte da vida dos curitibanos de forma quase que concomitante. O rodízio para bairros da região Sul de Curitiba e cidades da RMC (Sul) teve início em 17 de março de 2020, sendo que a partir do dia 18 de maio daquele ano foi estendido para toda a capital paranaense e outras cidades metropolitanas.

Por outro lado, os primeiros casos de Covid-19 no Paraná foram confirmados no dia 12 de março, com cinco moradores de Curitiba e outro de Cianorte (no Centro-Oeste do Estado) testando positivo para a doença pandêmica após viagens internacionais. Já os primeiros óbitos no estado foram confirmados em 27 de março e, no município, em 6 de abril

Com relação à crise hídrica, ao longo de 649 dias de rodízio no abastecimento de água os momentos mais críticos foram registrados entre agosto de 2020 e março de 2021 e entre agosto e novembro do ano passado, quando o nível dos reservatórios chegou a estar abaixo de 30%, obrigando a implementação de um rodízio com 36 horas com água por até 36 horas de suspensão no fornecimento de água.

Já quanto à pandemia, a capital paranaense registrou um recorde de casos novos na última semana, com uma média de 1.903 diagnósticos divulgados diariamente — o recorde anterior, registrado entre 22 e 28 de novembro de 2020, era de 1.388 casos novos por dia. Apesar disso, a média de óbitos (de 1,29 registros diários) pode ser considerada baixa, especialmente tendo em vista que Curitiba chegou a ter uma média superior a 30 óbitos por dia (31,57, mais precisamente) entre os dias 11 e 17 de abril do ano passado, num dos momentos mais graves da crise sanitária.

Não à toa, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), a nova alta no número de casos, provocada pela circulação da variante Ômicron (com maior potencial de transmissão), não contradiz o efeito da vacina contra o coronavírus. Ao contrário: comprova a eficácia da proteção. É que a maioria dos casos tem se mostrado com sintomas leves, com baixa proporção de internamentos por situações graves (UTI) e com poucas mortes pela doença.

Abastecimento de água garantido pelo menos por mais um ano

O anúncio do fim do rodízio de água na Grande Curitiba foi feito na manhã desta quarta-feira (19) pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e pelo diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile. Segundo os dois, não haverá novo rodízio no abastecimento neste ano, mesmo no pior cenário de estiagem.

Com as obras realizadas nos últimos dois anos e a conscientização do uso racional por parte da população, os reservatórios têm capacidade de atendimento de 12 a 16 meses.


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Ainda assim, o Estado permanece sob alerta de emergência hídrica porque enfrenta a seca mais severa dos últimos 91 anos. Por isso, é importante que a população siga colaborando — o rodízio e todas as medidas implementadas junto à população geraram economia de 89,8 bilhões de litros de água. De agosto de 2020 a dezembro de 2021, dentro da Meta20, houve economia média de 17,17%.

Sem essas ações, o sistema teria entrado em colapso em outubro/novembro de 2020, quando as barragens teriam atingido níveis entre 12,7% e 13,1%, o que praticamente inviabilizaria o fornecimento de água. O cenário se repetiria a partir de julho/agosto de 2021, quando os níveis chegariam a 11%, baixando até 4,5% em outubro de 2021.

“Tivemos uma escassez hídrica concomitante com a pandemia nesses últimos anos. E agora temos a notícia que um desses grandes problemas está resolvido. Mesmo não tendo chuvas regulares, temos a garantia da preservação do sistema sem rodízio. Claro que nesse período vamos continuar trabalhando. Temos várias obras antecipadas no Estado, estamos mobilizando as equipes, olhando a curto e médio prazo, para deixar um legado para o Paraná”

do diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile

Rodízio é mantido em apenas um município da Grande Curitiba

O rodízio no abastecimento de água abrangia 14 cidades da RMC: Curitiba, Araucária, Almirante Tamandaré, Bocaiúva do Sul, Campina Grande do Sul, Campo Largo, Campo Magro, Colombo, Fazenda Rio Grande, Pinhais, Piraquara, Quatro Barras, São José dos Pinhais e Tijucas do Sul.

Algumas dessas cidades não são abastecidas pelas barragens, mas por sistemas isolados de rios e poços.

Dentre todos esses municípios, apenas em Colombo o revezamento ainda permanece, mas apenas na região abastecida por poços, o que corresponde a 16% do município.

Nesse caso, o rodízio está estabelecido para a Região Central, que abrange os bairros Butiatumirim, Fervida, São João, Santa Gema, Cercadinho, Serrinha, Itajacuru, Parque Embu, Arruda, Santa Tereza, Centro, Jardim Florença, Gabirobal, Uvaranal, Sapopema, Curitibano, Santa Fé, São Gabriel, Ana Rosa e Roça Grande.

Fonte: Bem Paraná


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