.
No dia 01 de Setembro, a Universidade de São Paulo (USP) anunciou uma parceria com empresas do setor de combustíveis para o desenvolvimento de uma tecnologia capaz de transformar etanol em hidrogênio verde, energia considerada sustentável por sua baixa emissão de carbono. O acordo de cooperação foi assinado com Shell Brasil, Hytron, Raízen e CETIQT. O acordo prevê a instalação de duas unidades no campus da USP para a produção do hidrogênio verde, que será aplicado e testado em um ônibus da Cidade Universitária.
Shell e Raízen realizam investimentos em hidrogênio verde
Com o início das operações previstas para o primeiro semestre do próximo ano, a iniciativa planeja tornar viável uma solução de baixo carbono para o transporte pesado e indústrias poluentes, além de inaugurar o primeiro posto de hidrogênio verde com base de etanol do Brasil e do mundo.
Diante da pressão global por soluções para a crise climática, o hidrogênio verde vem ganhando destaque devido ao seu grande potencial para descarbonizar setores como o siderúrgico, o químico e a própria geração de energia elétrica.
Entretanto, transportar esse combustível ainda é algo difícil, tendo em vista que exige que o armazenamento seja feito em baixas temperaturas e alta pressão, dificultando a logística. Além disso, as tecnologias de fabricação ainda não estão totalmente fortalecidas, explicando o interesse de várias empresas nesse novo mercado.
A Shell, por exemplo, está investindo R$ 50 milhões neste projeto com recursos de pesquisa e desenvolvimento, regulados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. Em maio deste ano, a Shell já havia fechado um acordo para a construção de uma planta de hidrogênio verde no Porto do Açu (RJ).
LEIA TAMBÉM: COMBUSTÍVEL DO FUTURO: SAIBA O QUE É O HIDROGÊNIO VERDE
Expectativas para desenvolvimento do projeto de hidrogênio verde
Segundo Alexandre Breda, gerente de tecnologia em baixo carbono da Shell Brasil, o intuito do acordo com a USP é posicionar o etanol como uma fonte de hidrogênio verde. O projeto visa desenvolver um equipamento chamado de reformador, responsável por quebrar a molécula do biocombustível para transformá-la em hidrogênio.
A Hytron, empresa do interior de São Paulo que integra a parceria, já conta com um protótipo do dispositivo, mas a tecnologia ainda deve ser melhorada para que se consiga garantir confiabilidade, eficiência e escalabilidade ao processo. O reformador será instalado na USP, que também contará com um posto de abastecimento de hidrogênio verde.
O intuito, ao fim do projeto, é criar uma solução capaz de evitar os desafios de produção, armazenamento e transporte do hidrogênio verde. De acordo com Breda, todo posto de abastecimento do Brasil possui etanol. Sendo assim, em vez de transportar o hidrogênio, seria possível colocar esse reformador dentro do posto para que seja produzido o combustível localmente. Sendo assim, o desenvolvimento com a Shell, Raízen e USP já será feito num contêiner, para tornar a instalação futura de forma distribuída.
Raízen fornecerá biocombustível ao projeto
O biocombustível utilizado pelas fábricas da USP no processo será fornecido pela Raízen, maior produtora de etanol de cana do mundo. De acordo com Ricardo Mussa, CEO da Raízen, o objetivo no longo prazo é chegar a um nível de tecnologia tão grande que o reformador poderá ser instalado não apenas nos postos de abastecimento mas também nos próprios carros elétricos.
Segundo o executivo da Raízen, no limite, o objetivo é conseguir transformar o etanol em hidrogênio dentro do próprio carro ou ônibus, caso o equipamento seja compacto o suficiente.
Fonte: Click Petróleo e Gás
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: KLABIN É A PRIMEIRA EMPRESA DO SETOR, NO MUNDO, A PRODUZIR SULFATO DE POTÁSSIO POR MEIO DO PROCESSAMENTO DE RESÍDUOS INDUSTRIAIS
ÚLTIMAS NOTÍCIAS: MERCADO FINANCEIRO E MUDANÇAS CLIMÁTICAS: COMO MERCADOS FINANCEIROS GLOBAIS REAGEM À FALTA DE ÁGUA