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Mundo subsidia destruição ambiental com US$ 1,8 tri

O mundo gasta 2% do PIB global, ou US$ 1,8 trilhão em subsídios que causam danos aos ecossistemas e causam a perda de espécies.

Estudo da Business for Nature mostra que 2 % do PIB global é destinado a subsídios que destroem a biodiversidade

Imagem ilustrativa do Canva

A indústria de combustíveis fósseis recebe US$ 64 bilhões ao ano em incentivos que contribuem para a mudança do clima, a poluição do ar e da água. À agricultura são US$ 520 bilhões e o dano de práticas insustentáveis causam erosão do solo, desmatamento, perda de biodiversidade e emissões de gases-estufa.

Os dados fazem parte de um estudo inédito feito pela rede global Business for Nature.

“É um fato notável que estamos investindo ao menos US$ 1,8 trilhão ao ano em subsídios que causam danos ao ambiente e em nós mesmos.”

“A eliminação, redução destes subsídios e reorientação destes recursos significaria que poderíamos investir na transição justa e inclusiva de uma economia net-zero do futuro”, disse ao Valor Halla Tómasdóttir, Ceo do B Team, que encomendou o estudo. “Vamos à COP 26, em Glasgow, trabalhamos em metas para este tipo de futuro, e aí voltamos para casa e investimos na destruição. Chamo isso de insanidade”, segue Halla. “É loucura termos todo este dinheiro ali e reclamar que os recursos não existem para investir no futuro que precisamos. Os recursos estão ali. Precisamos reorientá-los”, segue.

O B Team é um seleto grupo de líderes globais preocupado em transformar o futuro e os negócios, fundado pelo empresário britânico Richard Branson fundador da Virgin Group e pelo alemão Jochen Zeitz Ceo da Harley Davidson e ex-Ceo da Puma. Guilherme Leal, um dos fundadores da Natura, é o único brasileiro entre líderes como Paul Polman, ex-Ceo da Unilever e a ex-presidente da Irlanda Mary Robinson.


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Em duas semanas grupos técnicos de diplomatas de mais de 190 governos se encontram para discutir o rascunho do novo Marco Global da Biodiversidade na esfera da Convenção de Biodiversidade, a CDB. O tratado representa para os ecossistemas e a proteção das espécies algo similar ao que o Acordo de Paris significa para a proteção climática.

As organizações da coalizão B Team e da Business for Nature pedem que a meta de US$ 500 bilhões ao ano na reforma de subsídios que está em discussão no rascunho do Marco da Biodiversidade seja fortalecida.

Enquanto o mundo subsidia “a destruição da natureza e muda nosso clima”, lembrou Christiana Figueres, ex-secretária-executiva da Convenção do Clima e membro do B Team em nota à imprensa, “ainda não cumprimos a meta de financiamento climático de US$ 100 bilhões do Acordo de Paris”.

O Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (Cbdes) representa a Business for Nature no Brasil. O setor empresarial está preocupado em alavancar a agenda. Cada vez mais há o reconhecimento de que Soluções Baseadas na Natureza (SBN) são cruciais para o Acordo de Paris acontecer.

“Biodiversidade está entrelaçada com clima”, diz Marina Grossi, presidente do Cbdes. SBN são, por exemplo, ações de reflorestamento ou polinização. O estudo “Protegendo a Natureza pela Reforma de Subsídios Nocivos ao Meio Ambiente: O Papel dos Negócios” diz que US$ 350 bilhões ao ano são subsídios que apoiam o uso insustentável de água contribuindo para a poluição. “O relatório ajudará a dar impulso político para o marco da biodiversidade”, disse Elizabeth Mrema, secretária-executiva da CDB.

Fonte : Daniela Chiaretti / www.valor.globo.com


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