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Mineradoras dizem que evoluíram nas práticas ESG, mas há muito a ser feito

Mineradoras e ESG

Principal desafio do setor é envolver os públicos com os quais se relaciona no planejamento de ações de sustentabilidade

Mineração e o ESG

Grandes empresas do setor de mineração consideram que evoluíram nas práticas de preservação ambiental, responsabilidade social e transparência empresarial (ESG, na sigla em inglês), mas ainda há muito a ser feito. O principal desafio do setor é envolver os públicos com os quais se relaciona no planejamento de ações de sustentabilidade.

“O rompimento da barragem de Brumadinho foi um evento extremo, que não deveria ter acontecido. A gente tem um trabalho muito grande para recuperar a confiança do público. E isso se faz com uma atitude consistente, madura, persistente”, afirmou o diretor de reparação e desenvolvimento territorial da Vale, Marcelo da Silva Klein.

O executivo defendeu o desenvolvimento com a comunidade de ações estruturantes e o uso de informações técnicas para “fugir da guerra de narrativas” que faz com que se multipliquem notícias falsas na internet sobre o setor.

“Precisamos falar com o público em cima de dados reais e não em cima de conversas”, afirmou Klein.

O vice-presidente de sustentabilidade da Anglogold Ashanti, Lauro Amorim, também considera essencial desenvolver iniciativas de ESG envolvendo as comunidades onde as empresas operam, com o estabelecimento de metas palpáveis.


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“Nos últimos anos, a reputação do setor tem se recuperado, muito em função do nosso papel social e da transição energética. Mas a mineração precisa evoluir mais. Precisa trazer propósitos e metas claras e conjugar os objetivos das empresas com os objetivos dos seus públicos”, afirmou Amorim.

Para o presidente da Largo Inc., Paulo Guimarães Misk, o desenvolvimento sustentável da cadeia de mineração passa pelo desenvolvimento da localidade onde a empresa atua e a preparação do território para o futuro. Ele cita como exemplo projetos para fomentar o desenvolvimento de vocações locais.

“Temos que entender onde estão os mais vulneráveis e procurar construir junto com a comunidade as soluções. Temos que estar abertos a ouvir, ir à comunidade para saber onde está errando e reparar eventuais impactos da mineração”, afirmou o diretor de assuntos corporativos e impacto sustentável da Anglo American Brasil, Ivan de Araújo Simões Filho.

O diretor de projetos e sustentabilidade da Samarco Mineração, Reuber Koury, defende a implantação de mecanismos para garantir a saúde e a segurança dos funcionários e zerar as fatalidades e doenças ocupacionais incapacitantes.

“Nossa meta é zerar as fatalidades até 2030. Precisamos muito avançar nessa temática”, disse Koury.

O executivo da Samarco acrescentou que as empresas do setor devem buscar cada vez mais obter certificações internacionais de segurança, governança e sustentabilidade, como forma de padronizar as ações de sustentabilidade do setor no país.

A vice-presidente de recursos humanos da Mosaic Fertilizantes, Adriana Kupcinkas Alencar, disse ainda que o setor tem como desafio aumentar a representatividade de mulheres e pessoas com deficiência.

“O setor precisa ter um ambiente mais diverso, mais inclusivo. E temos que envolver nesse processo todos os representantes da cadeia”, afirmou a executiva.

 

De acordo com o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), as mineradoras têm como metas ESG aumentar em 53%, até 2030, o investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico; atingir um índice de 11,8 de áreas protegidas sobre o total de áreas impactadas; reduzir o consumo de água em 10% até 2030 e o de energia em 5% até 2025; atingir 35% de participação de mulheres em cargos de liderança até 2030, entre outras metas.

Os executivos participam da Exposição e Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram), realizada em Belo Horizonte de 12 a 15 de setembro.

Fonte:Inteligência Financeira

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