Em sessão plenária do Parlamento Europeu intitulada “A crise da água na Europa”, os legisladores pediram mais ações para preservar e melhorar os recursos hídricos da região
Falando em uma sessão plenária do Parlamento Europeu intitulada “A crise da água na Europa” em 15/06, os legisladores pediram mais ações para preservar e melhorar os recursos hídricos, já afetados por vários anos de esgotamento dos níveis de água subterrânea à medida que a crise climática continua se intensificando.
Temperaturas recordes durante a primavera e uma onda de calor histórica no inverno afetaram os rios e as pistas de esqui da região, enquanto protestos irromperam devido à escassez de água na França e na Espanha.
“As imagens de satélite Copernicus atuam como uma triste confirmação de que muitas partes da união enfrentam intensas dificuldades”, disse a comissária de Energia da UE, Kadri Simson, durante seu discurso de abertura.
“Algumas regiões sofrem com a escassez de água devido às secas, enquanto outras sofrem com as enchentes. A maioria está sofrendo as consequências da poluição da água, mas nada disso é novo”.
Simson disse que a UE implementou leis robustas para proteger os sistemas de água que remontam à década de 1970, mas admitiu que a legislação e a forma como ela foi implementada não poderiam alcançar muito.
“Chegamos ao ponto em que precisamos adotar uma abordagem diferente”, acrescentou. “Não sejamos o continente que aprende o valor da água depois que o poço seca.”
A sessão plenária ocorreu em Estrasburgo, na França, logo após a Agência Europeia do Meio Ambiente alertar que a região enfrentava um verão de secas mais frequentes e extremas, inundações, ondas de calor, incêndios florestais e um aumento de doenças sensíveis ao clima.
A agência ambiental da UE, em um relatório publicado na quarta-feira 14/06, descreveu a perspectiva geral como “pessimista”.
Acrescentou que, embora os 27 estados da UE e os membros do Espaço Econômico Europeu tenham políticas nacionais de adaptação, todos eles podem fazer muito mais para limitar os efeitos negativos do clima extremo neste verão.
Algumas das medidas sugeridas incluem cidades aumentando o número de árvores e espaços de água – o que pode reduzir as temperaturas e reduzir o risco de inundações – e os agricultores adaptando variedades de culturas e mudando as datas de semeadura.
“Estamos vendo as consequências da crise climática e estamos vendo isso com mais clareza do que nunca. A Europa está sendo afetada pela seca, os rios estão secando e a agricultura está sob pressão, a natureza está sofrendo”, disse a legisladora dinamarquesa Christel Schaldemose na quinta-feira, de acordo com uma tradução.
“Isso é uma guerra. Uma guerra pela água”, disse Schaldemose.
“Devemos fazer tudo ao nosso alcance para tentar deter as consequências das mudanças climáticas e, de fato, combatê-las. Mas também é fundamental que entendamos como administrar nossa água potável.”
Este verão pode ser o pior de todos
Sophie Trémolet, diretora de água doce da Europa para The Nature Conservancy, uma organização ambiental sem fins lucrativos, disse à CNBC que o próximo verão pode superar os recordes de temperatura estabelecidos no ano passado, com “mais antagonismo” sobre a escassez de água como perspectiva provável.
Não é apenas uma questão de amplos recursos, no entanto. Trémolet disse que a poluição da água e os custos também são grandes preocupações.
“A escassez é uma coisa, mas a qualidade também é muito importante”, disse Trémolet. “A poluição da água está elevando os custos.”
Dados de satélite analisados por pesquisadores da Universidade de Graz, na Áustria, no início do ano, descobriram que a seca estava afetando a Europa em uma escala muito maior do que os pesquisadores esperavam anteriormente.
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O estudo foi publicado depois que pesquisadores da UE descobriram que a Europa experimentou o verão mais quente de todos os tempos no ano passado, com a seca intensa considerada a pior que a região já viu em pelo menos 500 anos.
“Verão após verão, a Europa sofre com a escassez de água – e parece que só piora. Este verão pode ser o pior de todos”, disse Juan Ignacio Zoido Alvarez, membro da comissão de agricultura e desenvolvimento rural do Parlamento Europeu.
Alvarez, que já atuou como ministro do Interior da Espanha, disse que os recursos hídricos espanhóis estão atualmente em menos de 50% de sua capacidade.
“A combinação de falta de chuva e temperaturas extremas está colocando em risco nossa segurança alimentar e a sobrevivência econômica de milhões de agricultores”, disse Alvarez, de acordo com uma tradução. Ele pediu medidas de apoio financeiro regional para ajudar os afetados.
Salvatore De Meo, outro eurodeputado que atua no comitê de agricultura e desenvolvimento rural, disse que a agricultura é um dos setores que provavelmente será mais afetado pela diminuição dos recursos hídricos, dificultando a produção de alimentos.
“Nossa segurança alimentar depende da forma como administramos nossos recursos hídricos”, disse De Meo, de acordo com uma tradução.
Fonte: cnbc
Tradução e adaptação: Flávio H. Zavarise Lemos
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