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Empreendedorismo Científico e Ciência Aberta

A evolução tecnológica tem acontecido com maior velocidade nos últimos anos, principalmente com as adversidades da pandemia. Dessa forma, as empresas têm apostado mais no empreendedorismo científico e na ciência aberta.

Esses dois termos atuam juntos da inovação aberta, que tem crescido em popularidade na Europa e nos Estados Unidos. Segundo pesquisas, 78% das empresas nessas regiões atuam com processos de inovação aberta.

Mas por que essas empresas fazem isso? Prossiga com a leitura do artigo e entenda mais sobre o assunto!

   

O que é empreendedorismo científico?

“Existe um grande poço de recursos e conhecimentos não utilizados que podem ser liberados se pudermos encontrar maneiras de fazê-lo.” (Henry Chesbrough)

O empreendedorismo científico é a busca por novos desenvolvimentos científicos ou tecnologias inovadoras com grande potencial de mercado. Sendo assim, a ideia é simples: pegar essas ideias e patenteá-las.

A princípio, essa prática tem ajudado a transformar pesquisas em produtos mais viáveis e acessíveis para a população. Em contrapartida, o que ocorre muito no desenvolvimento científico é que ele acaba não passando do investimento público, ficando no vale da morte da inovação.

Os principais problemas são:

— Dificuldade em sair do estágio inicial de evolução;

— Projetos que não são pensados com noções de mercado e viabilidade;

— Falta de infraestrutura para teste em ambientes reais.

Como o empreendedorismo científico resolve isso?

  1. Mapeando as barreiras que impedem a implementação da tecnologia;
  2. Envolvendo as partes interessadas (stakeholders) no projeto;
  3. Aplicando a gestão de recursos no desenvolvimento científico;
  4. Buscando programas de aceleração e desenvolvimento;
  5. Pensando mais na prática do projeto e menos na técnica.

Por isso, para o empreendedorismo científico funcionar, é necessária outra figura no meio: a ciência aberta e os diferentes tipos de inovação aberta!

   

O que é ciência aberta?

A ciência aberta se trata de um movimento que traz mudanças estruturais na forma como o conhecimento científico é produzido, compartilhado e reutilizado. Sendo assim, sua ideia é promover uma ciência mais colaborativa, transparente e sustentável.

Portanto, isso está alinhado com a quebra da mentalidade de silo comum nas empresas, que buscam justamente o sigilo de sua cultura corporativa. Dessa forma, a ciência aberta está alinhada com a inovação aberta.

O que é a inovação aberta?

A inovação aberta se trata de um modelo de gestão empresarial que se volta para a inovação. Sendo assim, esse modelo promove a colaboração com pessoas e organização externas à empresa, quebrando com a mentalidade de silo.

Com a adoção desse modelo, fica mais fácil de pôr em prática o empreendedorismo científico. Afinal, existe mais de um tipo de inovação aberta.

Quais são os tipos de inovação aberta?

Co-desenvolvimento: o co-desenvolvimento se trata da relação entre uma startup (ou tecnologia vinda de uma universidade ou centro de pesquisa) e uma grande empresa;

Licenciamento: em troca do pagamento de royalties para o detentor da propriedade intelectual, a empresa pode explorar uma nova tecnologia;

Aquisição: se trata da compra de uma empresa nascente, o que leva à incorporação das tecnologias;

Contratação: se trata de um acordo, onde um serviço é prestado mediante pagamento;

Financiamento ou investimento: as grandes empresas financiam novas tecnologias fomentando a evolução tecnológica e a criação de uma nova solução!

Qual é a importância da inovação aberta?

Ao adotar um modelo de gestão empresarial mais disruptivo, aumenta a competitividade, portanto, a inovação aberta é a opção mais viável quando as empresas reconhecem que há mais conhecimento disponível do lado de fora da sua estrutura.

Dessa forma, os benefícios que a inovação aberta garante são:

— Redução de custos;

— Desenvolvimento de produtos com maior envolvimento dos clientes;

— Maior valor agregado à marca;

— A chance de desenvolver parcerias lucrativas.

Quais são os critérios para parcerias estratégicas?

A parceria estratégica se trata da aliança entre uma ou mais organizações para oferecer suporte mútuo na conquista de objetivos comuns. Por exemplo, a aliança entre a startup e uma grande empresa.

Tais parcerias são ótimas para diminuir os problemas internos e potencializar as competências. Em contrapartida, para ser uma parceria lucrativa, é necessário o atendimento de certos critérios:

Infraestrutura: a grande empresa deve fornecer infraestrutura para o desenvolvimento de novos projetos

Recursos financeiros: a parceria lucrativa deve facilitar na captação de recursos financeiros

Burocracias regulatórias: as parcerias corporativas costumam reduzir os prazos para a certificação de produtos e outros procedimentos. Com isso, agilizam no desenvolvimento

Taxa de riscos: os riscos inicialmente concentrados no cientista acabam sendo divididos com os parceiros!

Onde entra a gestão de inovação nessa história?

A gestão de inovação se trata da estrutura do processo de aprimoramento em seu começo, meio e fim. Ela estabelece os meios e métodos para a geração de valor, ajudando assim na concretização de novas ideias.

Considerando que toda organização quer inovar, é necessário que haja um processo bem estabelecido que permita que a inovação ocorra de maneira contínua. Dessa forma, algumas práticas devem orientar a gestão:

— Alinhamento de prioridades entre as equipes disponíveis

— Definição de acordos formais, com metas e objetivos bem claros. Com isso, você evita disputas antagônicas

— Construção de parcerias com culturas semelhantes e conhecimentos diferentes

E onde entra a prospecção de tecnologia na gestão?

A prospecção de tecnologia pode ser entendida como o planejamento sistemático para o mapeamento de desenvolvimentos científicos futuros. Através de métodos quantitativos e qualitativos, as empresas preveem os projetos mais impactantes.

Dessa forma, a prospecção tecnológica acaba fazendo parte da gestão, com a equipe buscando avaliar o panorama atual do mercado. Com isso, pretende ver quais são as lacunas do mercado que serão preenchidas por essas novas tecnologias.

Conclusão

Em síntese, o empreendedorismo científico e a ciência aberta andam de mãos dadas, promovendo trabalhos científicos para o mercado. Portanto, isso é ótimo para o cientista, que garante o seu reconhecimento e faz o seu projeto alcançar um público maior!

Mais sobre este autor:

Ingrid Ferreira Costa

Ingrid Ferreira Costa é Founder & CEO da Biochemie – uma empresa de educação corporativa que prepara os Cientistas para o mercado de trabalho.

Foi uma das 100 escolhidas para participar do Programa de Aceleração de Creators do LinkedIn no Brasil. Ela é responsável por liderar a Divulgação Científica no LinkedIn e engajar comunidades que atuam nas áreas de Química, Biotecnologia e Ciência da Vida.

Ela possui formação nas áreas de Química, Ciências Farmacêuticas, Gestão da Qualidade e Cosmetologia.

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